Produção que integra a fase gótica do Horror Italiano, O Chicote e o Corpo, diferente do que tradicionalmente vimos do gótico mainstream, formado basicamente por adaptações de Roger Corman à Edgar Allan Poe, o filme de Mario Bava, que usa aqui o pseudônimo de John M. Old, acompanha a charmosa, dramática e erótica jornada de amor e vingança de Kurt Menliff (Christopher Lee) e Nevenka (Daliah Lavi). Antes de tudo, é importante dizer que Bava entrou na produção como contratado e não teve participação no roteiro, ficando a cargo de Ernesto Gastaldi e Ugo Guerra, mas ele assina sim a cinematografia e isso faz toda a diferença.
Vamos à trama. Tudo se passa num castelo isolado e decadente, Kurt estava se preparando para se casar com Nevenka, mas seu caso com Tania, filha da empregada da família, é descoberto e ela comete suicídio por não suportar ver seu amado se casando com outra. Já Kurt, rejeitado pelo pai por ter seu caso descoberto, vai embora do castelo e abandona Nevenka. Nesse meio tempo, Nevenka se casa com o irmão de Kurt, Cristiano (Tony Kendall).
Num belo dia, Kurt volta para o castelo com desejo de reinvindicar o que ele diz ser seu de direito: sua parte da herança e sua ex-noiva. Nevenka e Kurt se encontram na praia e passam a noite juntos regados a beijos, amassos, chicotadas e juras de amor. Misteriosamente, nesta mesma noite, Kurt é misteriosamente assassinado e passa a assombrar o castelo e a querer vingança a qualquer custo. O fantasma de Kurt também passa a fazer visitas a Nevenka que, mesmo assustada, não consegue resistir ao charme e ao chicote do ex-noivo.
![]() |
O Chicote e o Corpo tem atuações grandiosas como a de Christopher Lee, embora ele apareça quase sempre bravo e a chicotear. Daliah Lavi, atriz israelense que também foi destaque no filme italiano O Demônio (1963), chama atenção aqui novamente como a perturbada, apaixonada e desprezada Nevenka. Me surpreende que esse seja um filme não muito falado do Bava, pois questões sobre erotismo, temas psicossexuais e vingança familiar já eram temas em alguns de seus trabalhos anteriores como A Maldição do Demônio (1960) e o segmento The Wurdalak em As Três Máscaras do Terror (1963). No entanto, a abordagem mais adulta e madura talvez tenha pego o público da época desprevenido, tanto é que o conselho de censores italiano deu uma classificação mais alta ao filme, sendo assim, proibido para menores.
Para quem gosta de horror italiano e dos temas
apresentados, esse é um filme que vale muito a conferida. O conselho que dou é
se deixar levar pela experiência visual e sensorial, pois fascinante. Afinal de
contas, Mario Bava, né?! Está disponível na Darkflix.
Comentários
Postar um comentário