#14 Tammy and the T-Rex (1994)

 

Esse filme aqui é a menina dos meus olhos. Se alguém ousar falar mal desta obra de arte do audiovisual dos anos 1990 vai ganhar minha inimizade. 

Os anos 1980 e 1990 foram anos estranhos. Muita coisa acontecendo, umas ideias malucas surgindo, a galera tentando tirar inspiração sei lá de onde para contar suas histórias. Parecia que muita coisa já tinha sido feita, então o que mais se poderia fazer?

Bom, poderia rolar um romance adolescente entre um tiranossauro e uma jovem em um filme a lá ficção científica com um toque de gore aqui e acolá.

Tammy and the T-Rex é fruto desse período — e é isso que acontece no filme, basicamente, dando um resumo muito resumido do que é a grandeza da mente por trás de uma ideia dessas. Dirigido e escrito por Stewart Raffill, co-escrito por Gary Brockette, esse filme aqui é uma das maiores joias não lapidadas do cinema de esquisitices.

Vamos começar falando sobre Stewart Raffill. Com mais de 57 créditos em sua carreira (de acordo com o próprio IMDb dele), Raffill ficou menos conhecido que os grandes cineastas do seu período. Seus maiores sucessos foram como escritor de Passageiro 57 (1992) e como diretor de Piratas das Galáxias (1984) e Alto Risco (1981). Nunca ouviu falar desses filmes? É, nem eu. Mas ele dirigiu também a sequência de Manequim, intitulada Manequim: A Magia do Amor. Daí já dá pra perceber que Raffill tinha algo com coisas inanimadas que ganham vida repentinamente e pessoas que se apaixonam por elas.

He's The Coolest Pet In Town!

Tammy and the T-Rex conta a história de amor entre Tammy — interpretada por Denise Richards, que esteve em Garotas Selvagens (1998), no não-tão-bom-mas-divertido O Dia do Terror (2001) — e Michael — interpretado pelo Paul Walker. Sim. Bom, tudo poderia ser só uma comédia adolescente do período, que teve várias icônicas, mas aí de repente Michael é assassinado! Não bastasse só isso, um cientista maluco rouba o cérebro de Michael e o transplanta em um tiranossauro animatrônico.

Você pode até dizer “nossa mas isso nunca daria certo”. Claro que não, mas deu. Michaelssauro foge, se liberta das garras maníacas e tiranas do cientista, e se encontra novamente com seu grande amor Tammy. Mas Michel e Tammy querem vingança. E eles conseguem.

Esse filme é um surto, sim. E ele tem alguns estereótipos dos anos 1990 que hoje já estão mais superados — o melhor amigo de Tammy, Byron (Theo Forsett), por exemplo, é negro e gay (apesar disso, há um texto muito bom no bloody disgusting sobre a representatividade acertada de Byron, então talvez esse filme seja mais visionário do que pareça; leia aqui: Excavating Queer Representation in ‘Tammy and the T-Rex’). Mas, acima de tudo isso, esse filme é uma delícia de assistir. A maluquice desse plot deixa tudo mais incrível. Como alguém pensou em uma coisa dessas? É genial, bem humorado, um clássico entre os clássicos que infelizmente não vingaram mas deveriam ter vingado.

Esse é mais um daqueles filmes que infelizmente não foram lançados no Brasil de forma oficial, mas você pode assisti-lo de forma extra-oficial por aí, nos recantos mais obscuros da internet. E eu recomendo muito que você o faça, porque é um excelente filme. 




Sim, os produtores erraram o nome do próprio filme no card de título

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