Serializado entre 1987 até os anos 2000, o mangá tem muitos altos e baixos e algumas vezes não chega nem a ter continuidade no enredo. A premissa envolve Tomie, uma aluna que seduz diversos homens e, por sua sexualidade, é punida sendo esquartejada pela classe inteira (envolvendo seu professor) e tem suas partes espalhadas criando um pacto macabro entre a turma. Ela retorna na forma de uma succubus, fazendo com que diversos homens a idolatrem a ponto de se matarem para provarem seu amor a ela. O final é sempre o mesmo: seus amores por ela são tão intensos que os fazem matá-la, repetindo o ritual eternamente. Para cada parte de seu corpo, uma nova Tomie nasce e começa o novo ciclo.
Particularmente eu não vou com a cara do mangá. É misógino, a motivação de Tomie nunca é explorada e, como eu disse ali em cima, o sexo é punido com uma violência exageradíssima. Poderia ter feito a crítica, mas nunca foi feita. Mas a arte de Ito é inegavelmente grotesca e bela. O artista sabe bem como causar repulsa e maravilhamento.
Em 98 foi lançado o primeiro filme da franquia que, até agora, conta com 9 filmes. E nesse Halloween decidi ver se valeria a pena assistir... E valeu! O roteiro segue uma linha misteriosa sobre o que aconteceu com Tomie, deixando aberto à suposições sobre quem é essa figura e o que a personagem principal tem de envolvimento com ela.
Tsukiko sofre de amnésia com certo momento de seu passado e faz tratamento psicológico para entender o que aconteceu e o que seus pesadelos significam. No andar abaixo, um rapaz bem suspeito alimenta alguma coisa que se encontra dentro de um berçário. Certamente não é um bebê, pelo menos não humano. Enquanto isso, um detetive tenta descobrir mais sobre Tsukiko e seu passado misterioso que, de alguma forma, tem conexão com a Tomie. A mesma Tomie que ele investiga e consegue detalhar uma história que remonta desde o século XIX, no período de modernização do Japão.
O filme tem um clima bem típico dos filmes de horror que saíam na mesma época, como Ringu, o que pra mim é um ponto muito favorável a ele. Apesar de não abraçar por completo o grotesco de Junji Ito, ainda assim tem seus momentos nojentos. O final é bem interessante e, ainda bem, não se preocupa em explicar cada detalhe, cada "porque" da história. O mistério faz parte do mito da Tomie.
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