Como muitos sabem, eu sempre pesquiso o terror feito por mulheres. Assim acabei conhecendo o trabalho da diretora Stephanie Rothman e virei fã. Seu longa The Velvet Vampire é um dos meus filmes preferidos do gênero, com toda aquela aura de sonho/pesadelo. Gosto demais também de Terminal Island, seu filme de ação que antecipou o Fuga de Nova York, do John Carpenter.
Tenho revisto alguns filmes para escrever aqui e chegou a vez de O rastro do vampiro (no original Blood Bath), dirigido pela Rothman em parceria com Jack Hill. Bom, esse filme foi feito a partir do caos. Em 1963 o Corman tinha co-produzido um filme na antiga Iugoslávia, só que o longa nunca foi lançado. Então ele chamou o Jack Hill para escrever um novo roteiro. Eles usaram algumas cenas do tal filme de 1963 e acrescentaram algumas tomadas de horror. Ao editar o novo filme, ele ganhou o nome de Portrait in Terror, mas o Corman ainda não estava feliz com o resultado.
Stephanie Rothman, que estudou cinema entre os anos 1960 e 1963, estava trabalhando como assistente de Roger Corman. Por isso, ele a chamou para escrever mais algumas cenas para esse roteiro-Frankenstein, e assinar a direção ao lado de Jack Hill. Assim nasceu O rastro do vampiro. Eu o assisti sem saber nada disso, e achei até que um filme decente. Claro que eu estou bastante acostumada a filmes de terror B antigos que fazem zero sentido, mas esse aqui até que é bem amarradinho.
A trama gira em torno de arte (oi, Argento). Um grupinho de beatniks fica num bar falando sobre arte, divagando sobre o tema e etc. Daisy, a namorada de Max, após uma treta com ele, sai pela rua e para na frente de uma galeria para admirar os quadros de Antonio Sordi, famoso por seus quadros cheios de sangue e violência. Claro que ele aparece ali do lado dela e a convida para posar para ele.
O grande problema é que Sordi é possuído pelo espírito de um ancestral maligno, se transforma num vampiro e ataca Daisy. A primeira cena do filme é justamente a de um vampiro atacando uma moça sozinha. Assim entendemos quem é Sordi e o porquê de sua arte.
Max tenta reencontrar Daisy para fazer as pazes, mas ninguém sabe dela. Ele vai até Donna, irmã de Daisy, mas ela também não teve notícias. Donna começa a investigar sozinha e descobre a história de Erno Sordi, antepassado de Antonio que morreu na fogueira por causa de seus quadros demoníacos. Erno teria sido condenado após uma denúncia de Meliza, sua amante. Então fica essa confusão toda: Antonio vira Erno, Dorian, bailariana por quem ele é apaixonado, se parece com Meliza e assim por diante.
O rastro do vampiro não é um filme genial, não é um clássico, mas eu acho importante conhecermos o que as diretoras de terror fazem desde sempre no cinema. Muitos filmes dirigidos por homens, com roteiros sem pé nem cabeça, hoje são considerados cult, enquanto os de diretoras ficam esquecidos por anos.
Curiosidade: um dos beatniks é interpretado por Sid Haig, que ficou famoso nos anos 70. Ele faleceu em 2019, depois de ter feitos vários filmes com Rob Zombie.
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