#48 Um Século em 43 Minutos (1979)

Em 1893 o terror se espalhava por Londres. Jack, o Estripador atacava nas ruas enevoadas do distrito de Whitechapel e notícias se espalhavam das cenas horrendas deixadas para trás. Naquela mesma época, H.G. Wells ainda era desconhecido no meio sci-fi e somente dois anos mais tarde viria a lançar uma de suas grandes obras, "A Máquina do Tempo". No entanto, sem que ninguém soubesse, o autor escondia sua mais recente criação tecnológica: uma verdadeira máquina do tempo. E, claro, para um fugitivo da polícia isso seria a escapada perfeita, certo?

Pois esse é plot inicial do filme de hoje, onde essas duas figuras acabam se esbarrando e no final terão um embate na clássica luta do bem contra o mal. Mas como isso acontece? Em uma fria noite, Wells (Malcolm McDowell) reúne em sua casa amigos para contar a eles sobre sua nova invenção. Quando estava prestes a iniciar o assunto, chega seu amigo John Leslie Stevenson (David Warner), atrasado. Conforme a conversa avança, a polícia bate na porta de sua casa e diz que o Estripador acabara de atacar não havia muito e pede para revistar sua casa (todas as casas estavam sendo revistadas naquela região). Wells aceita de bom grado a investigação.

Não tendo encontrado nada, os policiais se vão assim como seus amigos, já que a noite meio que "já deu". Sozinho, Wells percebe que seu amigo John não se encontrava entre os convidados desde que a polícia surgiu e acaba descobrindo algo assustador: John é ninguém mais, ninguém menos que Jack. Para piorar, ele utilizara sua máquina para viajar para outra década: os anos 70! E aqui, meus caros, o plot não só dispara de vez como é divertidíssimo.

Primeiro por imaginar duas figuras históricas cerca de 80 anos no futuro em uma Londres completamente diferente, ainda habitada por hippies e agora com grandes prédios cinzas. Automóveis barulhentos e velozes e tudo o mais que sabemos. Segundo por ver como eles dois lidarão, cada um a seu jeito, com esse novo mundo, praticamente alienígena. A comédia é muito bem dosada, sem ter exageros, e cabe muito bem com as três figuras principais da narrativa, sendo a terceira Amy Robbins (Mary Steenburgen), que ajuda Wells nas suas investigações para deter o maldito assassino.

E aqui vai uma curiosidade que eu amo. Quando a cantora Cyndi Lauper estava produzindo seu primeiro disco, ela tinha uma letra e melodias semi-completas, mas ainda não sabia qual nome dar a ela e nem como completar o refrão. No meio de uma madrugada ela pegou o catálogo de filmes que passariam na TV e viu o título de um filme, "Time After Time" (nome original deste filme que aqui falo sobre), e foi o estalo que ela precisava. Eis que surgiu uma das maiores baladas de todos os tempos.

Assista assim que possível!



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