#67 Stigmata (1999)

 
No meu post de Ano Novo, falei sobre Fim dos Dias, e ali citei Stigmata, lançado no mesmo ano de 1999. Aproveitei o embalo para rever o segundo e escrever aqui. Eu cresci na Igreja Católica, sempre fui fascinada por questões religiosas e esses filmes saíram bem na época que eu estava me afastando disso. Foi meio difícil ter duas avós portuguesas católicas e perceber que eu não tinha fé alguma. 

Stigmata, assim como Fim dos Dias, traz personagens sem fé precisando lidar com algo ligado ao catolicismo. Aqui, Patricia Arquette é Frankie Page, uma jovem cabeleireira, meio alternativa, com um relacionamento conturbado e é ateia. Um dia ela recebe de sua mãe um terço, que ela encontrou numa viagem ao Brasil e aí as coisas ficam conturbadas. 


Antes de falar do filme em si, um pequeno parêntese para falar dessa descrição do Brasil no filme. O Padre Andrew Kiernan (Gabriel Byrne) é enviado para São Paulo para verificar uma aparição da Virgem num prédio. Ele aproveita a viagem e vai para a fictícia Belo Quinto, no sudeste do país, para estudar o caso de uma santa que chora sangue. Para quem cresceu nos anos 90, esse tipo de coisa era bem comum por aqui. Lembro de programas sensacionalistas mostrando crianças chorando cristais, sangue, milagres de todos os tipos.

Achei bem contextualizado isso de usar o Brasil, porém, faltou uma pesquisa mínima de quem estava trabalhando no enredo. As pessoas de Belo Quinto claramente não são brasileiras e o português que elas falam é péssimo. Creio que eles pensaram que a América Latina era uma coisa só e fizeram essa salada. Isso me irrita bastante. 



Mas voltando ao filme, após Frankie Page receber o terço de sua mãe, coisas estranhas começam a acontecer com ela. Aos poucos entendemos que ela está recebendo os estigmas de Cristo, aquilo de fiéis receberem os mesmos ferimentos que Cristo recebeu na cruz. Frankie primeiro recebe as chagas nos pulsos, ela é levada ao hospital e acham que se trata de uma tentativa de suicídio. 

Certa vez no metrô ele recebe mais estigmas e um padre estava presente. Ele conta a Andrew Kiernan sobre o caso, que se aproxima de Frankie para tentar ajudá-la de alguma forma. Ela é bastante reticente no começo, mas não vê outra saída. Kiernan fica intrigado por uma ateia receber os estigmas, ainda mais que ela tem recebido todos em uma velocidade muito alta. O maior medo do Padre é que ela receba o punhal ao lado de seu corpo, que significaria sua morte. Na Bíblia não é assim, o punhal foi usado apenas para ter certeza de que Cristo estava morto. 


A ideia do filme é genial. Amo essa coisa religiosa, mas o filme é basicamente um desastre. Atuações fracas, muita coisa forçada, muita coisa sem sentido. Visualmente é lindo, daqueles clássicos dos anos 90 e vale assistir pela nostalgia, mas infelizmente não entrega nada. 

Comentários