#71 A Luz do Demônio (2022)

 



Ao contrário dos meus colegas de blog, eu não quis escrever sobre "o melhor filme de 2022" porque não estava na vibe. Amo terror novo, 2022 foi um ano maravilhoso para o gênero, mas como a Fabrina já havia escrito sobre o meu preferido, resolvi publicar um texto sobre Sigmata. Eis que esses dias assisti esse A Luz do Demônio (no original: Prey for the Devil) e tive uma grata surpresa. 

Mas calma, como eu já disse muitas vezes aqui, eu amo essa coisa de misturar religião com terror, então eu acabo gostando de qualquer porcaria que aparece. E o principal motivo de eu ter gostado deste é que ele traz um fato pelo qual sou obcecada: freiras exorcistas. Eu até já tentei escrever um conto de terror sobre isso, mas claramente não tenho jeito.


Há alguns anos saiu uma série do Exorcista (ruim de doer, mas gostei) e lá foi a primeira vez que vi falarem de freiras exorcistas. Tentei lembrar de outro filme que trouxesse o tema e nada. Pouca coisa nessa vida é mais misógia do que a Igreja Católica, basta lembrar dos tempos de Inquisição, aborto e tudo que se refira a mulheres. Imagine ter uma mulher como autoridade máxima na luta contra o mal.

No filme, sabemos que o exorcismo sempre foi visto como último recurso, porém com o passar dos anos os casos vêm aumentando, então a Igreja decide criar uma espécie de escola de exorcistas. Lá também funciona um hospital, que atende as vítimas, procura entender o que há com a saúde delas e afins. A freira Ann trabalha lá como enfermeira e costuma ser bastante gentil com seus pacientes. Ao cuidar de uma jovem garota ela sente uma conexão inexplicável e começa a ver/sentir coisas que aparentemente não existem. 


Ann tem bastante interesse em aprender sobre exorcismos e passa a frequentar as aulas sem ser convidada, estuda na biblioteca, e aos poucos se torna a pessoa mais apta para lidar com as possessões. Há uma cena em que ela é repreendida, dizem que ela deve estar ali apenas como enfermeira, que o exorcismo em si era trabalho dos homens. A freira tem uma história pesada de família, algum vínculo com a Igreja e com o Demônio, e ao cuidar da garotinha ela se vê diante de algo muito pior do que imaginava. 

A Luz do Demônio foi dirigido por Daniel Stamm, que já havia tratado do tema em um trabalho anterior, O Último Exorcismo, filme igualmente ruim, mas que diverte. Se você gosta desses temas religiosos no terror, esse aqui é um prato cheio. Não é bom, o roteiro tem seus furos, além de momentos piegas que beiram a vergonha alheia, mas gosto quando o longa tem um diferencial. E no meu coração sempre haverá espaço para as freiras exorcistas. 

Comentários