Texto escrito por Daniela Hänggi
O Meme do Mal perverte perfeitamente a história do “eu acredito em fadas” para que uma
fada nasça e ainda traz essa abominação pra um cenário bem moderno. Fala sério, já te
convenci a ver, né?
Na história, acompanhamos o surgimento de uma corrente de internet que ganha
proporções (e poderes) bem assustadoras. O boato que está correndo no aplicativo de
mensagens dos pais muito preocupados é que existe um desafio em que os jovens
precisam se cortar para participar. A grande reviravolta é que a histeria dos pais acaba
dando vida a uma criatura real.
Agora vamos entrar na parte dos SPOILERZINHOS, então cuidado com o que lê nessa sua
tela aí.
Pegando o drama que realmente existiu com as correntes da baleia azul e da momo,
acompanhamos o conflito geracional entre os pais, que querem uma vida mais real no
mundo aqui fora, e os filhos, que assistem a vida passar por uma tela. Além do estresse que
já está acontecendo pela filha ter trocado a carreira de atleta na escola para produzir
conteúdo de ASMR (aqueles barulhinhos reconfortantes) para a internet e o filho fazer
buscas peculiares online, começa um rumor de que jovens estão se cortando por causa de
uma web brincadeira.
É aí que os adultos decidem tomar uma medida drástica e trancar toda a tecnologia da
casa, para evitar a exposição das crianças a esses perigos digitais, e também quando isso
não adianta de nada porque as crianças se mostram mais ligeiras e surrupiam
computadores e celulares.
Quando chega o momento fatídico em que nossa protagonista Asha recebe a corrente, uma
criatura horrorosa (bem baseada na imagem que usavam pra momo com uma pitada de
babadook) surge e realmente faz com ela se corte, em situações que simulam uma crise
emocional, porque o que os pais enxergam não inclui o monstro, apenas a garota gritando e
pedindo por ajuda e se ferindo com facas (aí deixo um aviso de gatilho).
A partir daqui a trama se desenrola em alguns jovens, que entenderam que se trata de algo
mais profundo que histeria coletiva, tentando resolver o mistério e permanecer vivos, entre
pais completamente paranoicos e obsessores e outros jovens que só querem aproveitar o
caos pra meter o louco e curtir os dias sem escola.
Dois pontos que eu achei bem interessantes na abordagem a partir daqui são o início da
discordância de como agir em relação às crianças entre a mãe e o pai da Asha, e a história
paralela que explica (mais ou menos) o surgimento do grimcutty.
O filme conta com muita gritaria e bateção de porta, bastante sangue falso e um momento
épico de embate entre a Asha, o pai dela e uma seringa de tranquilizante no hospital (minha
parte preferida).
Não vou mentir e dizer que o filme é uma obra-prima, mas sério, vale muito a diversão!
Esteja desafiado.
Comentários
Postar um comentário