#129 Os passos (1975)

 


Quando jovem eu era bastante musical. Tive uma fase de pesquisar bastante sobre o rock progressivo italiano e nessas conheci a banda Le Orme. Passado algum tempo, já menos musical, e pesquisando terror, conheci o filme Os passos (no italiano, Le Orme) com ninguém menos do que a brasileira Florinda Balkan. Achei que era daí que vinha o nome da banda, mas a banda surgiu nos anos 60! 

Aproveitei uma dessas promoções da Versátil e adquiri uma caixa de Giallo somente por causa desse filme. Eu nunca o tinha visto, mas como resistir ao combo Florinda Balkan e Klaus Kinksi? Kinski deve ter sido um demônio enquanto vivo. Amo aquela história de que o Werner Herzog só conseguiu terminar um filme com ele porque estava com uma arma apontada para o bonito. Porém, a Claudia Cardinale disse em entrevista que ele era um querido. No mínimo problemático, mas eu amo cada atuação bizarra dele. 


Infelizmente em Os passos ele aparece pouco. Mas tem a Florinda Balkan que, nascida no Ceará em 1941, teve uma extensa carreira no cinema italiano. Ela trabalhou com diretores como Vittorio de Sica e Elio Petri. Claro que ela também marcou presença no terror italiano: atuou em Uma Lagartixa num Corpo de MulherO Segredo do Bosque dos Sonhos, ambos de Lucio Fulci (1971 e 1972, respectivamente). 

Em 1975 foi a vez de trabalhar com os diretores Luigi Bazzoni e Mario Fanelli em Os passos. Aqui ela interpreta Alice Campos, uma tradutora intérprete portuguesa que mora na Itália. Ela é atormentada por sonhos estranhos, de astronautas que abandonam uma pessoa na Lua, como cobaia. Certo dia ela desperta desses sonhos e vai para o trabalho. Lá ela se dá conta de que "perdeu" três dias inteiros. Ela achava que era uma terça, mas na verdade era uma quinta. O que houve nesse meio tempo?

Ela achou em sua casa um cartão postal de um hotel na cidade de Garma, rasgado. Ela não conhecia aquele local, não fazia ideia do porquê daquele cartão estar em sua cozinha, mas parecia ser a única pista que ela tinha dos dias perdidos. Ela decide ir até lá e tentar entender o que aconteceu. 


Chegando em Garma ela faz amizade com uma criança que afirma tê-la visto lá anteriormente, sob o nome de Nicole e usando uma peruca ruiva. Ela a questiona e a criança diz que não pode falar sobre o que elas conversaram. Cada vez mais intrigada, Alice entra numa espiral bizarra, com sonhos mais recorrentes e sem sentido. 

Esse é um giallo bastante diferente dos que já vi. As cenas de sangue são bem poucas, aqui o mistério é o mais importante. O longa atrai justamente por não fazer tanto sentido, mas quem se importa com isso quando há Florinda Balkan, Klaus Kinski astronautas e personagens esquisitos numa cidadezinha vazia?

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