#131 Body Bags (1993)

Eu me lembro exatamente do dia em que assisti Body Bags pela primeira vez. Eu ainda estava dando passos muitos lentos na direção desse destino amaldiçoado de escrever e trabalhar com terror, e estava tentando conhecer aquilo que eu mais gostava, e uma das coisas que eu mais gostava (e sigo gostando) é o Joãozinho Carpinteiro. 

Eu sempre levei aquele conselho do Stevie King muito a sério: o terror é um lamaçal e você precisa cavar. Tudo bem, eu resumi bem a ideia, mas era basicamente isso. E naquela época eu tinha muita disponibilidade, paciência e pouco zelo pela minha sanidade e cavava mesmo. Me enfiava de cabeça no lamaçal. Por um lado foi ótimo, porque eu consegui aparar bem as arestas do que eu gostava e do que eu não gostava; e por outro lado foi bom também porque eu me divertia pra caramba.

Hoje eu já não cavo tanto, mas isso fica pra outro dia. O que importa é que foi num dia desses que eu me deparei com Body Bags e, na época, muito ingênua, pensei “cacete por que ninguém fala desse filme?”. É claro que muita gente fala desse filme, eu é que estava em um círculo distante desse universo.


Mas ainda sim eu acho que Body Bags não recebe os louros que ele merece. É uma antologia, dividida em três segmentos, um prólogo e um epílogo, e é dirigido pelos grandes John Carpenter e Tobe Hooper — O Carpenter dirige os segmentos "The Gas Station" e "Hair", e o Hooper dirige o segmento "Eye". Além disso, Larry Sulkis, que trabalhou com o Carpenter em outros momentos, também tem uns dedinhos aqui e ali. 

Pra melhorar ainda mais tudo isso, que já é demais, o filme ainda conta com a atuação de gente como a Debbie Harry, Mark Hamill Wes Craven, Sam Raimi, Greg Nicotero e os próprios Carpenter e Hooper. Assim, pra mim isso era o máximo. Até hoje eu fico muito animada quando vejo nomes grandes assim juntos em um filme.

As pessoas dizem que Death House é o Mercenários do horror, mas Body Bags pelo menos tem qualidade.

Os três segmentos também são bem diferentes entre si. O primeiro, “The Gas Station”, é sobre um serial killer circulando os arredores de um posto de gasolina com uma atendente que quer desesperadamente sobreviver; “Hair” é sobre um transplante de cabelo que vai muito mal; e “Eye” é sobre um jogador profissional de baseball que sofre um acidente de carro, perde o olho e passa por uma cirurgia — nesse aqui as coisas também vão mal.

O prólogo e o epílogo apresenta à audiência um legista (que é o Carpenter, excelente no papel) que irá nos contar as histórias e que vai encerrar a narrativa.

É uma das minhas coisas favoritas da vida. Faz muito tempo que não assisto, mas me diverti demais todas as vezes que vi, e é um daqueles filmes de conforto, sabe? Tô mesmo precisando rever. Queria ter revisto para escrever, mas a semana me deu um capote e não rolou. Quem sabe esse final de semana?

Recomendo demais o filme, e espero que quem decida assisti-lo também se divirta de montão.






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