Eu me lembro exatamente do dia em que assisti Body Bags pela primeira vez. Eu ainda estava dando passos muitos lentos na direção desse destino amaldiçoado de escrever e trabalhar com terror, e estava tentando conhecer aquilo que eu mais gostava, e uma das coisas que eu mais gostava (e sigo gostando) é o Joãozinho Carpinteiro.
Eu sempre levei aquele conselho do Stevie King muito a sério: o terror é um lamaçal e você precisa cavar. Tudo bem, eu resumi bem a ideia, mas era basicamente isso. E naquela época eu tinha muita disponibilidade, paciência e pouco zelo pela minha sanidade e cavava mesmo. Me enfiava de cabeça no lamaçal. Por um lado foi ótimo, porque eu consegui aparar bem as arestas do que eu gostava e do que eu não gostava; e por outro lado foi bom também porque eu me divertia pra caramba.
Hoje eu já não cavo tanto, mas isso fica pra outro dia. O que importa é que foi num dia desses que eu me deparei com Body Bags e, na época, muito ingênua, pensei “cacete por que ninguém fala desse filme?”. É claro que muita gente fala desse filme, eu é que estava em um círculo distante desse universo.
Pra melhorar ainda mais tudo isso, que já é demais, o filme ainda conta com a atuação de gente como a Debbie Harry, Mark Hamill Wes Craven, Sam Raimi, Greg Nicotero e os próprios Carpenter e Hooper. Assim, pra mim isso era o máximo. Até hoje eu fico muito animada quando vejo nomes grandes assim juntos em um filme.
As pessoas dizem que Death House é o Mercenários do horror, mas Body Bags pelo menos tem qualidade.
Os três segmentos também são bem diferentes entre si. O primeiro, “The Gas Station”, é sobre um serial killer circulando os arredores de um posto de gasolina com uma atendente que quer desesperadamente sobreviver; “Hair” é sobre um transplante de cabelo que vai muito mal; e “Eye” é sobre um jogador profissional de baseball que sofre um acidente de carro, perde o olho e passa por uma cirurgia — nesse aqui as coisas também vão mal.
O prólogo e o epílogo apresenta à audiência um legista (que é o Carpenter, excelente no papel) que irá nos contar as histórias e que vai encerrar a narrativa.
É uma das minhas coisas favoritas da vida. Faz muito tempo que não assisto, mas me diverti demais todas as vezes que vi, e é um daqueles filmes de conforto, sabe? Tô mesmo precisando rever. Queria ter revisto para escrever, mas a semana me deu um capote e não rolou. Quem sabe esse final de semana?
Recomendo demais o filme, e espero que quem decida assisti-lo também se divirta de montão.
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