#158 Bilocation (2013)

No especial que estamos fazendo de filmes de terror dirigidos por mulheres, tomei pra mim a iniciativa de procurar por filmes asiáticos já que há muito me foco nessa região do mundo. É triste observar que, numa busca rápida, poucas aparecem para países como Japão. China então nem se fala. Recebi ajuda do pessoal daqui do blog e encontramos por volta de dez delas, algumas com filmes bem difíceis de serem achados, lá dos fins dos anos 70. No entanto, uma se destacou pela quantidade de filmes (ainda que poucos, veja bem).

Mari Asato começou sua carreira em 2004 com um filme de drama e ação chamado "Samurai Chicks" e acabou dirigindo tantos outros, dentre eles uma entrada na franquia "Ju-On" (no ocidente conhecido como O Grito). Em 2013 ela dirigiu um de seus filmes autorais Bilocation, participando também do roteiro. 

O filme narra a história um tanto confusa de Shinobu. Ela é uma aspirante a pintora que deseja participar de um concurso de pintura e, se ganhar, tem como pretensão seguir a carreira. Um dia, um novo vizinho do prédio que ela reside, toca na porta dela e um romance começa dali partindo para um rápido pedido de casamento. Ela acaba mantendo o apartamento dela como ateliê e divide o apartamento debaixo com seu noivo.

A coisa desanda toda quando ela descobre que nos arredores uma figura idêntica a ela está arranjando confusão nas pessoas. Essa figura possui o mesmo nome, aparência e memórias de Shinobu. A partir daí, a protagonista entra para um grupo de pessoas que vivenciam a mesma situação. Calma que a história é um tanto confusa daqui em diante, com alguns buracos no roteiro. 

Quando uma pessoa passa por alguma situação de muito aperto emocional, desprende-se dela um ser chamado "bilocation", uma espécie de duplo dela. Por exemplo, um dos personagens é um policial que vive sendo abusado por seu chefe. Ele guarda muito ódio por esse chefe, mas não o demonstra. Eis que um bilocation é criado a partir daí com todo esse ódio guardado agora transferido para esse ser. E o bilocation está longe de mascarar essas emoções.

Bilocations podem aparecer e desaparecer quando quiserem. Fazem compras, vão ao hospital. Vivem como se fossem a pessoa real, chegando ao ponto de não acreditarem serem o duplo. Interagem com outros, fazem sexo, causam muita confusão para os humanos de onde se originaram. E podem ser perversos.

Um dos pontos positivos do filme é que ele soube explorar muito bem muitos ângulos dessa situação, incluindo o drama de seres que se apaixonaram de verdade por humanos e não sabem que passam apenas de sombras de outra realidade. A diretora soube ser bastante tocante nesse assunto. No entanto, o filme pode ser confuso com seus plot twists, o que me deixou um pouco zonzo tentando entendê-lo por inteiro. Mas fica a dica de um filme de terror que não necessariamente é terror o tempo inteiro (e porque precisaria sê-lo?).

Comentários