Quando comecei a pesquisar mais sobre o cinema de terror feito por mulheres, eu tinha dificuldade de encontrar vários dos filmes. Felizmente, há um espaço maior para diretoras de uns anos para cá e é mais fácil de passar por filmes delas nas locadoras. Watcher era um que eu sempre notava, mas deixava de lado. Aproveitando o especial do blog, resolvi assistí-lo e gostei bastante.
Neste longa de Chloe Okuno, acompanhamos um jovem casal que se muda dos Estados Unidos para a Romênia. Logo na noite que chegam, já temos uma visão de janelas enormes e pessoas olhando a vida dos outros, no melhor estilo de Janela Indiscreta. Já no dia seguinte, as coisas viram meio que Encontros e Desencontros. Francis conseguiu esse emprego na Europa, e Julia o acompanha. Ela era uma atriz, mas está em momento de repensar a carreira.
Como se não bastasse a solidão e estranheza de uma língua que ela não conhece, ainda há um serial killer à solta, que costuma cortar a garganta das mulheres. Aqui um parênteses para dizer algo que sempre repito: alguns temas só dão certo quando são tratados por mulheres. Julia fica o tempo todo em estado de alerta, ela vai ao cinema e desconfia do cara que senta atrás dela.
Ser mulher é esse inferno, é medo de sair sozinha, desconfiar de qualquer homem que cruza nosso caminho e ainda temos que ouvir que a nossa preocupação não passa de paranoia. Aquele velho caso em que só acreditam na vítima quando é tarde demais. Enquanto isso, Francis está trabalhando muito, falando em romeno com os colegas de trabalho e deixando Julia de lado. Ela então se torna amiga de Irina, vizinha do apartamento ao lado, única pessoa com quem pode conversar naquele país estranho.
Há uma pessoa seguindo Julia, isso é fato. Ela desconfia que seja o vizinho da frente, que está sempre olhando para seu apartamento. A polícia é chamada, o homem confrontado, mas claro que o jogo vira e ela é acusada de segui-lo. O filme te leva a desconfiar se isso está realmente acontecendo ou se é a imaginação dela. Algo também muito comum na realidade.
Gostei muito de como a história se desenvolve, a tensão que Julia está vivendo e o desespero de não ser levada a sério. Não tem nada muito inovador, o final é um pouco previsível, mas assisti-lo foi uma boa experiência. Espero ver mais longas da diretora.
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