Texto escrito por Daniela Hänggi
Travis Walton foi abduzido em 5 de novembro de 1975, enquanto trabalhava com uma
equipe de madeireiros nas Florestas Nacionais Apache-Sitgreaves, perto de Snowflake, em
Arizona. Quando estava voltando de caminhonete com seis colegas, avistaram uma
iluminação diferente nas árvores que, com a aproximação, se revelou um enorme objeto
discóide pairando sobre o chão. Travis desceu do veículo e se aproximou, sendo atingido
por um feixe de luz que o deixou inconsciente. Acreditando que ele estava morto, os outros
homens foram embora, sendo acusados de terem assassinado Walton e criado uma história
fantástica pra encobrir o fato, já que ele não foi mais encontrado nas buscas policiais. Mas,
cinco dias depois, ele reapareceu, na beira de uma estrada em Heber, também em Arizona
(uma distância de aproximadamente 5km).
Estava atordoado e balbuciando palavras sobre
criaturas de olhos imensos. Passado o choque inicial, Travis teve algumas lembranças do
período em que esteve desaparecido: acordou cercado por três criaturas humanóides com
olhos salientes, deitado em uma maca, da qual pulou e correu pedindo ajuda. Foi então que
encontrou com um homem que usava capacete de astronauta e que, em silêncio, o levou
pra uma plataforma. No caminho, ele viu mais três humanos em outras salas. A última
lembrança é de uma máscara sendo colocada sobre sua boca e nariz, seguida do despertar
na estrada.
Estando o caso devidamente apresentado, vamos ao que trouxe vocês aqui: o filme, que foi
baseado no livro “The Walton Experience”, escrito pelo próprio Travis em 1978. Minha
primeira observação: é aterrorizante, me traumatizou da primeira vez que eu vi e me
traumatizou de novo dessa vez. Vejam de dia.
Agora, a parte que pode ter spoilerzinhos, então, atenção, tripulantes da nave-mãe!
O início do filme foca nos desdobramentos que o desaparecimento teve pros colegas de
Travis, que foram imediatamente vistos como suspeitos de homicídio pela polícia e pela
comunidade. Eu diria que essa parte foca mais na questão psicológica dos personagens, de
ter presenciado um fato absurdo e ninguém acreditar na história, e talvez seja até um pouco
lenta, lembrando mais uma narrativa de drama policial do que uma história de horror, mas
não perde qualidade por isso. Uma curiosidade bem legal é que o próprio Travis Walton e
sua esposa, Dana Walton, aparecem como figurantes em uma cena de assembleia da
cidade.
É quando temos o retorno de Travis que o horror visual começa, tanto com a questão dos
efeitos que o evento teve sobre ele, física e psicologicamente, que causam muito
desconforto pro espectador, quanto pelas cenas dos flashbacks que ele tem da abdução,
que são bem diferentes das do relato e tem um efeito aterrorizante no filme. São cenas
muito bem feitas que não perderam poder com o tempo, continuando tão assustadoras
quanto na época de lançamento e que vão povoar meus pesadelos pro resto da vida. O
filme deixa algumas questões em aberto mas, com o conhecimento do caso original,
podemos preencher essas lacunas, se for algo que deixe uma impressão de desconexão
em quem está assistindo.
Fogo no Céu se baseia em um dos casos mais famosos de abdução até hoje (o Travis
ainda dá palestras sobre o ocorrido em eventos de ufologia), então sem dúvida precisa
estar em todas as listas de filmes de ETs. A grande questão é: vocês tem coragem?
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