Eu brinco que o terror latino-americano é o melhor (no cinema e na literatura) e a cada vez tenho mais certeza. O longa A Tia Alejandra, dirigido por Arturo Ripstein, era desconhecido para mim, até eu adquirir o box da Versátil de horror mexicano. Com roteiro de Delfina Careaga e Sabina Berman (que eu acabo de descobrir que também é diretora), A Tia Alejandra se tornou um dos meus filmes de horror preferidos da vida. Tem bruxaria, satanismo, uma mulher idosa ruim (e aqui sem sair cair em nada de etarismo ou transformar o corpo idoso em algo grotesco), como esse filme poderia ser ruim?
Alejandra é uma senhora que vive com uma idosa que é chamada apenas de La Abuela (a avó). Após o falecimento da mesma, ela se muda para a casa do sobrinho, Rodolfo, que vive uma vida apertada de classe média, com sua esposa e seus três filhos. Aos poucos a rotina daquela casa muda, quando percebemos que Alejandra é uma poderosa bruxa. Ela se aproxima de Martita, a filha mais nova de seu sobrinho e começa a lhe passar alguns ensinamentos.
Malena e Andrés, os outros filhos de seu sobrinho, não gostam muito dela, fazem piadas e grosserias. Alejandra não gosta nada disso e se vinga da pior forma possível: com a morte dos dois. A família fica desestruturada, Rodolfo começa a beber muito e sua esposa entra num estado quase que catatônico.
Alejandra havia sido bem aceita ali principalmente porque trouxe muito dinheiro para a família, que passava por algumas necessidades. Após as mortes, marido e esposa começam a desconfiar da tia, de forma alternada, chegam a ficar um contra o outro, até que o caos se instaura e eles precisam salvar a única filha que lhes resta.
O satanismo e bruxaria aqui são mostrados de forma bastante leve, o que importa mesmo é o caos que essa mulher consegue criar ali. A atuação de Isabela Corona é primorosa, não devendo nada a Bette Davis e Joan Crawford, por exemplo. A cena final é uma das melhores que já vi no gênero.
Vale citar que no DVD há um aviso sobre a qualidade do filme não estar muito boa. Infelizmente não há uma cópia restaurada do mesmo e essa foi a melhor encontrada. Sempre que penso no tanto de filme perdido ou em péssimo estado, me dá uma tristeza imensa.
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