#232 O Chamado (2002)

 


Eu tenho fases para ver filmes. Numa semana só vejo diretoras dos anos 70, na outra só quero ver cinema brasileiro, e assim por diante. O terror é a minha única constante, vira e mexe volto para ele, ainda mais depois desse blog. Assisto no mínimo dois por semana para ter ideias para escrever aqui. Porém, de uns tempos para cá, nada do que eu vejo me dá vontade de escrever. Vi um filme muito bom do Taboada, mas não saberia o que escrever. Vi um da Hammer que era inédito para mim e nada, nenhuma palavra. 

Nesse fim de semana fui a novos sebos em busca de DVDs (amo a minha coleçãozinha) e achei vários que eu amava quando era jovem, entre eles O Chamado, de 2002. Passei o domingo revendo alguns desses filmes e me dei conta de que é sobre eles que eu quero escrever. Então estamos aqui. 


O Chamado saiu quando eu tinha 15 anos, auge do meu goticismo, fã de metal, leitora de Anne Rice e Edgar Allan Poe. Eu lembro de ficar obcecada por ele, passar horas na internet lendo teorias e etc. Lembrando que nessa época ainda era internet discada, computador velho, então eu só sabia que ele era remake, nem tinha ideia de como poderia assistir o original. 

Aqui um parênteses para dizer que tenho pavor de cinema do continente asiático, no sentido de medo mesmo. A maioria me dá um medo absurdo ou me causa muito desconforto, o que eu acho super válido, mas não tenho mais forças. Ainda bem que temos o Ale escrevendo sobre eles aqui. 

Mas voltando ao filme, acho que nem preciso comentar muito. Essa época foi muito bacana para o gênero, tinha muita coisa boa saindo, inclusive em revistas como a Set que eu adorava acompanhar. Naomi Watts tinha acabado de fazer Cidade dos Sonhos do Lynch, e logo faria 21 Gramas. Adam Brody estrelava The OC, aquele seriado adolescente que eu amava de paixão. 


O tanto de piada que surgiu com Samara Morgan, as fantasias de Halloween e eu virando madrugadas na internet discada querendo saber se a ilha Moesko existia mesmo. Sempre fui apaixonada por investigações, assistia CSI toda semana, então esse filme marcou demais a minha juventude. Na época do orkut eu estava em várias comunidades a respeito.

Tinha mais de dez anos que eu não sentava para rever esse filme e foi uma experiência incrível. Sei que muita gente acha bizarro encontrar conforto no terror (ainda mais nesse que foi um dos primeiros que eu parei para prestar atenção no drama) e no sofrimento, mas é o que mais sinto. A crise da meia idade bateu com o terror new metal, ouvindo a trilha sonora de Missão Impossível II sem parar, mas impossível não me sentir bem revendo esse filme. 


Para quem nunca viu, recomendo assistir sem preconceitos e sem pensar no original. Talvez não cause o mesmo impacto que causaria no seu eu de 15 anos, mas acho que vale a experiência. Ao contrário de Carrie 2 e Stigmata (e Da magia à sedução, para citar algo fora do gênero) que envelheceram mal pra caramba, esse aqui continua perfeito, com o clima chuvoso, úmido e cores pálidas. 

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