#245 A Mulher-Lobo de Londres (1946)

Tido como o primeiro filme de lobisomem a fazer sucesso em Hollywood, O Lobisomem de Londres de 1935 fez história e deixou um legado. Pegando carona nisso, a Universal lançou A Mulher-Lobo de Londres, mas a semelhança só fica na criatura mesmo.

Dirigido por Jean Yarbrough, conhecido pelas comédias de Abbott e Costello ou pelos The Devil Bat, King of the Zombies e House of Horrors, A Mulher Lobo de Londres foi lançado em 1946. a produção é americana e conta um mistério que se passa em Londres, no início dos anos 20 e onde uma série de assassinatos misteriosos está acontecendo e deixando os cidadãos apreensivos. A Scotland Yard está investigando e enquanto o inspetor Pierce (Dennis Hoey) é mais racional, o detetive Latham (Lloyd Corrigan) acredita piamente que a culpa das mortes é de um lobisomem, ou melhor, de uma mulher lobo.

Nesse interim, na mansão Allenby, vive a jovem Phyllis Allenby (June Lockhart). Ela perdeu os pais num acidente e foi criada praticamente pela governanta Martha Winthrop (Sara Haden) a qual chama e pensa que é sua tia. Tem também Carol Winthrop (Jan Wiley), filha da governanta e Hanna (Eily Malyon), a empregada gente boa que acoberta o romance proibido de Carol e Dwight Severn, já que a mãe proíbe por ele ser pobre. Phyllis é herdeira, está noiva e logo se casará com o rico advogado Barry Lanfield (Don Porter). Pronto, apresentadas as personagens, a trama não tem muito o que desenvolver e se utiliza mais da lenda e todo o imaginário do lobisomem do que propriamente da criatura. É uma história sobre medos, amadurecimento, loucura e ganancia. A cada morte noticiada que sai no jornal pela manhã, Phyllis acredita ser ela a culpada pelos ataques. Toda manhã ela acorda desmemoriada, mãos sujas de sangue, sapatos sujos e camisolas sujos de lama. Martha, a governanta, uma mulher que ficou viúva muito cedo e se viu só com uma criança para criar tendo que procurar trabalho, foi quando iniciou sua jornada com os Allenby. Tudo que ela deseja para sua filha, é que ela se case com um homem bem quisto econômica e socialmente, para que Carol não corra o risco de repetir o que ela viveu quando se viu só no mundo, por isso faz de tudo para proibir o namoro entre Carol e Dwight. 

A trama se desenrola sem muitas firulas em seus sessenta minutos, pois foi feito para TV e o mistério vai se relevando, frustrando quem assiste pela primeira vez esperando ver a lendária criatura licantropa, que por sinal, é mencionada numa tal de lenda folclórica escocesa. É quando Martha conta para Phyllis sobre uma maldição que a família Allenby carrega de ter em suas veias a herança de sangue de lobisomem, fazendo com que a garota fique ainda mais perturbada chegando ao ponto de nem querer ver mais seu noivo, ele inclusive, começa uma investigação paralela a que a polícia já está fazendo. Ela lê sobre licantropia e segue a tradição de colocar lanternas na janela de fora da casa para proteger de possíveis ataques. 

Enfim, se está afim de ver algum monstro clássico, principalmente aqueles velhos conhecidos nossos dos quais a própria Universal tratou melhor que esse filme aqui, vá e veja. Ou se está querendo ver uma mulher loba, vá e veja Ginger Snaps. Se bem que não acho que A Mulher-Loba de Londres seja de todo uma perda de tempo, ele tem seus méritos e sabe construir o mistério psicológico, mesmo com um final açucarado e abrupto, recomendo. 



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