Voices é um filme de 1973, dirigido por Kevin Billington, e estrelado pelo então casal na vida real, David Hemmings e Gayle Hunnicutt. Ele famoso por filmes como Blow Up e Profondo Rosso; ela por A Casa da Noite Eterna e Os Anjos Selvagens.
Claire e Robert decidem levar o filho para um passeio de barco no que parece ser uma represa. Enquanto a criança sai para brincar, os pais resolvem transar e não percebem quando o menino desaparece (teria Lars von Trier visto esse filme?). Após buscas e desespero, ele não é encontrado e Claire tem um surto. Ela é internada num hospital psiquiátrico para tentar lidar com a culpa.
Quando ela recebe alta, Robert a leva para uma casa afastada de Londres, herdada de uma tia, há muito vazia. Eles passam por muita neblina, quase sofrem um acidente, mas chegam ao local. A ideia do marido era reatar seu relacionamento pós-trauma e ajudar a esposa (é, acho que Trier assistiu mesmo).
Claire não está pronta para o contato físico, ainda sente muita culpa e o marido não tem a mínima paciência com ela. Os diálogos são pesadíssimos e o clima é de pura tensão. Inclusive, é dito que o casamento real deles na época já não andava bem, e a dinâmica de atuação era realmente violenta. O diretor Kevin Billington disse que essa foi a experiência mais desconfortável de sua carreira.
Voices é baseado numa peça de Richard Lortz e tudo acontece naquele espaço da sala da casa abandonada. Além dos diálogos contrangedores, Claire começa a escutar vozes. Ela vê então algumas crianças brincando. O marido acha que ela está louca, até ele começar a duvidar da própria sanidade...
Obviamente não vou falar do final, pois ele é bastante surpreendente (outro diretor de terror moderno deve ter se inspirado nele também!). Voices é muito difícil de assistir. Para mim, pouca coisa é mais assustadora do que presenciar brigas de casais, ainda mais ambos isolados e num lugar inóspito. Quanto mais penso nesse longa, mais ele cresce.
Comentários
Postar um comentário