#262 Sede de sangue (2009)

 


O terror asiático é a especialidade do nosso amigo Alexandre, mas hoje eu vou me atrever a escrever umas linhas sobre Sede de sangue, do premiado Park Chan-wook. Gosto demais desse diretor. Lembro de ficar em choque quando vi Oldboy pela primeira vez e Decisão de partir foi um dos filmes que mais gostei de ver nesse ano. Acho Stoker um filme belíssimo e A Criada é aquele evento, né? Então estava mais do que na hora de revisitar esse longa de vampiros. 

Sang-hyun é um padre que trabalha num hospital e resolve ser voluntário num projeto secreto de vacina experimental. A ideia dessa vacina é erradicar um vírus mortal que age muito rápido no corpo humano. O padre acaba infectado e fica à beira da morte. Ele chega a ser dado como morto, mas uma transfusão de sangue magicamente o salva. A magia? Sangue de vampiro. 


Um padre vampiro. Isso por si só já é genial. A batina dele fica parecendo uma capa à lá Drácula quando ele pula de um prédio para o outro (algo parecido aconteceu no Garota sombria caminha pela noite). Vampiros são conhecidos pela luxúria, como um padre vai lidar com isso? E pior ainda: como ele vai tirar a vida de outro ser humano para se alimentar?

No meio disso tudo, ele acaba se envolvendo com a esposa de um amigo de infância, moça essa que vive uma vida deprimente com a sogra autoritária e o marido estúpido. Há aquele momento de aceitação dela para a condição vampírica dele, mas nem tudo está às claras. 


Aqui uma questão a ser problematizada. Ela vive infeliz nessa casa, presa, tratadada muito mal por todos. Ela afirma sofrer violência física do marido. Quando está com o padre ela diz gostar de sentir dor em meio ao sexo. Não sou fiscal de moral, muito menos entendo da mente humana, mas acho meio complicado um diretor homem colocar essa questão da relação dor e prazer num contexto de possível violência doméstica. Mas isso sou eu problematizando, como sempre. 

Na época do lançamento eu curti o filme, mas agora na revisão ele cresceu mais. Acho que estou mais acostumada ao cinema atmosférico de Park Chan-wook e ainda mais apaixonada por filmes de vampiros (inclusive, esse é o terceiro filme consecutivo de vampiros que resenho por aqui). 


Uma coisa que eu só soube na revisão do longa é que ele contém vários elementos do romance Thérèse Raquin, do Émile Zola. E uma curiosidade das mais curiosas, esse é o primeiro filme coreano famoso a conter uma cena de nudez masculina frontal. 





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