Desde pequena sempre gostei muito de lendas e mitos, de vários lugares. Diferente dos meus amigos, não comecei a assistir terror desde pequenininha, mas adorava essas histórias assustadoras: aquela coisa dos contos de fadas reais, histórias de países distantes, lendas sobre criaturas assustadoras que faziam o que podiam para atrapalhar e brincar com as vidas dos seres humanos.
E, numa dessas, eu descobri algumas histórias irlandesas. Gosto muito das lendas e das histórias dessa parte da Europa, e uma que sempre me chamou a atenção foi a dos changelings, que são crianças trocadas por fadas e seres das florestas. Eles levam o bebê de verdade, e deixam uma outra criatura.
Estava fazendo umas pesquisas para um texto recentemente e me deparei com esse filme, A Maldição da Floresta, um filme irlandês de 2015 que até então eu nunca tinha ouvido falar. Se você trabalha ativamente com terror sabe que isso é difícil. Não é que a gente conheça todos os filmes do mundo, mas geralmente a gente já ouviu falar deles, pelo menos. Ainda mais um filme relativamente novo.
Quando eu vi o pôster (não o que usei aqui, outro que tava por aí) eu pensei “caraca, deve ser uma bomba”. Aí eu vi que é do mesmo cara que dirigiu A Freira, o que não melhorou muito a situação dele (mas antes A Freira do que A Maldição da Chorona, né Michael Chaves?). Mas, lendo um pouco da sinopse, vi que se tratavam de changelings e que o cara tem uma influência gigantesca do Evil Dead. Como o filme tava disponível na Prime Video, pensei “então vai ser você mesmo”.
Na história, Adam (Joseph Mawle), um cara que trabalha com fungos e formigas e essas paradas todas, se muda com sua esposa Claire (Bojana Novakovic) e o filhinho deles Finn para uma casa remota em um vilarejo na Irlanda. Chegando lá eles não são muito bem recebidos, porque Adam está fazendo um trabalho na floresta que circunda a casa deles, e seus vizinhos acham que ele não deveria mexer com a floresta, que tem criaturas escondidas lá, e que elas inclusive já levaram um bebê da região.
Mas, é claro, se a gente tivesse uma família que ouve os habitantes locais, isso não seria um filme de terror: eles teriam se mudado e tudo bem, acabou aí. Mas eles não fazem isso, e o que se segue é uma família desesperada tentando salvar a vida de seu bebê, que está na mira das criaturas da floresta.
Vou ser sincera com vocês: eu achei que seria uma merda enorme. O pôster não ajudava, o diretor também não, mas acho que aqui o Corin Hardy teve algo que ele não teve na Freira, que foi liberdade criativa. Tem momentos realmente bons no filme, tem cenas realmente boas. A influência de Evil Dead é muito presente mesmo, ainda mais na segunda metade do filme, quando Adam e Claire tentam fugir da casa que está começando a ser tomada pelas criaturas. Já mais pro final tem maquiagens muito interessantes, que me deixaram realmente interessada.
O filme talvez precisasse de uma polida, principalmente no roteiro, talvez um pouco mais de agilidade na história fizesse ela ser ainda mais interessante. Mas eu gostei bem dele, achei bom e me fez olhar com mais carinho para o trabalho do Corin Hardy. Já estou bem curiosa para alguns próximos filmes dele, principalmente o futuro Every House is Haunted, dirigido por Hardy com produção do Sam Raimi para a Netflix. Fico feliz que ele vai poder trabalhar com o cara que influenciou tanto o trabalho dele. E espero que seja um filme legal. Competência, pelo visto, ele tem.
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