Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster
Lançado no ano de 1897, até 1958 o romance Drácula, de Bram Stoker, já havia sido adaptado nos mais diversos meios, peças de teatro (a primeira delas pelo próprio autor, saliente-se), filmes (sendo a versão de 1931 estrelada por Bela Lugosi a mais conhecida até então), histórias em quadrinhos (publicada em 1951 pela Atlas Comics, que depois se chamaria Marvel), radio novelas (em 1938, numa versão narrada e adaptada por Orson Welles para a CBS) e adaptações não-autorizadas (como é o caso de Nosferatu, de Murnau), ou seja, quase nada escapou às presas do vampiro, que passeou por todos esses caminhos com resultados diversos e não é de se estranhar o sucesso do personagem, uma criatura decadente e solitária de vida eterna que se alimenta de sangue e atravessa o continente (é originário da Romênia) indo parar na Inglaterra para pôr em prática seus planos nefastos, enquanto comanda hordas de ratos, liquida a tripulação de um navio, entre outras coisas mais numa narrativa em formato epistolar fluida ligando pontos de vista que convergem para a mesma desgraça, o obstinado Conde Drácula, que dizem, foi inspirado num imperador romeno que passou à história como Vlad, O Empalador. Que lindo.
Ao ser salvo por seu anfitrião, no outro dia Harker se recupera o bastante para invadir a tumba do vampiro para tentar matá-lo e à noiva. Ele tem sucesso com a mulher, que envelhece décadas após ter seu peito trespassado por uma estaca e morre, mas, o Conde acorda, percebe a ação e tranca a porta do lugar, deixando tudo na mais completa escuridão. Para a sorte de Harker, durante a sua estadia no lugar, ele anotou várias de suas observações num diário e até mesmo enviou uma carta a um amigo avisando-lhe de suas andanças. Disse sorte por que o amigo em questão era duas lendas em uma: 1 - ele era Van Helsing, famoso caçador de vampiros aqui transformado em um estudioso sobre o tema; 2 – Van Helsing é interpretado por Peter Cushing, um dos maiores atores já nascidos, detentor de uma carreira sólida que atravessaria várias décadas, era tão respeitado que entre os seus fãs estão Steven Spielberg e George Lucas, que o escalaram para trabalhar em Uma Nova Esperança (1977) no papel de Grand Moff Tarkin, comandante da Estrela da Morte e é exatamente ele quem vai à procura de Harker quando a família do mesmo estranha seu desaparecimento, apenas para encontrar o amigo transformado numa criatura da noite, dar-lhe fim à agonia, voltar para a cidade, e tornar-se suspeito da morte do mesmo, afinal, fora ele quem fizera a autópsia e autorizara a cremação do cadáver de Harker e Van Helsing, ciente de que a verdade era incrível demais para ser levada a sério, nada diz. Fim? Na-na-não. Drácula, agora solitário, tem sede de vingança e segue em direção à cidade para equilibrar o placar.
Primeiro filme da Hammer
com o personagem (Lee apareceria em mais seis títulos até a década de 70, prometo escrever sobre alguns deles e outros terrores da produtora no decorre
deste blog).
"Ué, e não vai ter lembrança de quando tu viu o filme pela primeira vez na juventude?" Claro! Era madrugada, dia de semana, numa época em que as tvs saíam do ar pouco depois da meia-noite, com exceção da Globo, que seguia até um pouco mais tarde. Eu não tinha planos de assistir nada naquela noite, até que no intervalo do Jornal da Globo belíssimas imagens coloridas anunciaram “Horror de Drácula, estrelando Christopher Lee e Peter Cushing!”, dois completos desconhecidos para mim à época, mas tinha ele, o maior de todos os vampiros, um personagem tão icônico que até mesmo fãs do horror não muito chegados a esse tema, tipo eu, tecem loas para ele, que não precisou de muita coisa para me cativar, me assustando até a raiz dos cabelos nas cenas onde o crucifixo queima a pele da vampira e o empalamento da mesma que vemos via sombras (pensando aqui que essa coisa de sombras me impressionava bastante na infância, vide o texto sobre O Cão do Diabo) e o melhor de tudo, no outro dia, logo pela manhã, um amigo chegou na mesma janela para onde olho enquanto escrevo esse texto e eu perguntei “Tu já viu um filme chamado Horror de Drácula?” e ele, sorrindo “Vi essa madrugada! É muito bom!”. Éramos bem jovens, continuamos amigos. Acho que vou marcar uma sessão do filme com ele aqui em casa.
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