A Vingança de J.D. (1976)
Direção:
Arthur Marks
Roteiro:
Jaison Starkes
J.D. Walker (David
McKnight) é um homem cuja vida é guiada por péssimas ações, mas, até mesmo
os canalhas nutrem algum tipo de afeto e no caso dele, por Betty Jo Walker, sua
irmã, a quem vê ser degolada por um homem (Lou Gossett Jr, que na época
assinava apenas Louis Gossett) que deveria apoiá-la diante de particular
situação. Arrasado e abraçado ao corpo da irmã, ele é acusado pelo assassinato e
alvejado múltiplas vezes, vindo a óbito, porém, sabemos que na seara do horror,
óbitos podem ser temporários.
Décadas mais tarde, Isaac Hendrix (Glynn Turman),
um jovem estudante de direito que trabalha como taxista e tem uma vida banal como a maioria de todos e todas nós, até que numa noite de
comemoração, durante uma sessão de hipnose num restaurante, se vê possuído pelo
espírito de J.D., que ao invés de aproveitar essa “segunda chance” para se
redimir das canalhices que cometeu em vida, aos poucos vai transformando a vida
de Isaac num inferno ao mesmo tempo em que trama uma vingança contra os
responsáveis pelo desencarne da sua irmã (Alice Jubert), fazendo cair as
máscaras dos envolvidos, pessoas muito queridas e respeitadas na comunidade
que, igual todo hipócrita bem relacionado, permanecem impunes.
A vingança de J.D. é, de certo modo justa, mas é triste
observar a decadência que isso acarreta na vida de Isaac, homem lutador que
percebe a ruína ao seu redor, mas, não consegue fazer nada frente a um poder maior
que a carne e que trabalha num outro plano, as mudanças não se restringem ao
comportamento apenas, gestual, visual, linguajar e tudo o mais vai sendo dominado o enquanto o pobre homem leva a culpa e vê seu casamento, estudos,
credibilidade e sanidade mental descerem pelo ralo neste Blaxploitation tenso com elenco de primeira qualidade, muitíssimo válido de se assustar e se divertir junto.
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