Direção: Alex de la Iglesia
Ah, o natal, data de significados mil, sendo o nascimento do messias cristão o mais conhecido deles, uma data comemorada com sorrisos, gentes queridas, mesa farta e momentâneas felicidades e aqui, enquanto o mundo se prepara para celebrar o aniversário do nazareno, o Padre Angel (Alex Angulo), um estudioso da bíblia que depois de anos de pesquisa, descobre o exato dia da volta do Anticristo e para chamar a atenção do mesmo e impedir que ele remodele toda a criação, põe-se a praticar maldades, rouba mendigos, causa acidentes, amaldiçoa um homem à beira da morte, entre outras coisas bem canalhas, porém, ínfimas face ao que vemos por aí diuturnamente em grande escala e em sua busca conhece José Maria (Santiago Segura), um headbanger de inteligência limitada e dono de uma loja de discos que, pasmem, simpatiza com o padre e sua história e procura ajuda-lo, nem que para isso tenha que sequestrar o Doutor Cavan (Armando De Razza), apresentador do Zona Escura e escritor salafrário que se diz especialista no oculto que acaba se juntando a eles e é nas mãos desse micro Exército Brancaleone (que também era micro) reside o destino de todos nós, num filme bem-humorado onde o terror não está apenas na busca pelo Sem Sombra, ele permeia o filme em uma de suas piores formas, o fascismo, na figura do Limpa Madri, uma milícia urbana que incendeia e espanca pessoas em situação de rua em nome de uma Espanha pura, limpa e livre de gentes diferentes, além da própria polícia, que espanca imigrantes no meio da rua a troco de nada, ou seja, o mesmo enredo de sempre desses obtusos.
Bem humorado, como já disse, violentíssimo, O Dia da Besta é o segundo filme de Alex De La Iglesia, sendo Ação Mutante o primeiro (inclusive já devidamente resenhado neste respeitável blog pela também respeitável Tati Regis). O diretor é ativo até hoje, produziu filmes como Ninho de Musaranho (2014), Peles e Errementari, o primeiro filme de terror falado inteiramente em basco, ambos de 2017 e dirigiu a série 30 Moedas, entre outros trabalhos no audiovisual.
É isso, na noite da ceia, antes das
comidas começarem a ser servidas, leve seus convidados e convidadas pra frente
da tv prometendo-lhes um filme de natal, você não vai estar mentindo, todo
mundo (provavelmente) vai gostar e ainda pode rolar uma discussão massa sobre
política, capetismos e amor ao próximo durante a ceia.
Feliz natal para todos e todas vocês,
que a noite da véspera do dia 24 de dezembro nos encontre felizes.
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