#58 Fim dos Dias (1999)

 


Na virada de 1999 para 2000 eu tinha quase 13 anos. Ainda não tinha computador em casa, mas me lembro das notícias na TV e nos jornais sobre o bug do milênio. Eu não entendia direito o que isso significava, mas lembro de ficar bastante apreensiva. Esse foi um ano bastante interessante para o terror (no meu ponto de vista, é claro), principalmente por causa daquele que considero um clássico, Fim dos Dias. 

Estrelado por Arnold Schwarzenegger, esse aqui no fundo é um belíssimo filme de ação. Sim, eu amo filmes de ação dos anos 90, e esse aqui ainda tem as características do terror, o que torna tudo ainda melhor. O longa foi dirigido por Peter Hyams, que alguns anos antes tinha dirigido Morte Súbita, filme maravilhoso com Jean-Claude Van Damme. 


Nos últimos dias de 1999 todo mundo está eufórico com o ano novo, planejando festas e etc. Jericho Cane é um ex-policial que perdeu a fé em Deus e vive num tipo de niilismo. Ele trabalha como segurança particular e um caso bastante estranho aparece. Um padre tentou assassinar um figurão de Wall Street que Jericho estava acompanhando. 

Ele e seu parceiro Chicago resolvem investigar por conta o porquê daquele padre tentar cometer um crime. E o que eles descobrem é algo bastante bizarro. 20 anos atrás uma jovem nasceu em Nova York e foi escolhida como aquela que daria a luz ao Anticristo, na virada do milênio. Assim se iniciaria o Apocalipse. 

O Vaticano, ciente dessa situação, decide procurar essa garota e mantê-la longe do alcance do mal. Outro grupo religioso acha melhor assassinar a criança, para impedir que algo aconteça. Mas claro que foi tarde demais, os seguidores do Diabo a encontram e passam a cuidar dela, até que ela esteja pronta para gerar o filho dele. 


Voltando ao final dos anos 90, conhecemos Christine e sabemos das visões que ela teve a vida toda, de como ela perdeu sua mãe e agora é criada pela madastra, uma senhora aparentemente gentil. Após a investigação, Jericho chega até ela e precisa lidar com a perda de sua fé, e como poderá ajudar a jovem a vencer o mal. 

Como eu disse acima, é um filme de ação, com algumas doses de humor e bastante coisa religiosa. Eu o assisti diversas vezes quando era jovem. Decidi rever na virada de 2012 para 2013 e achei uma bosta. Eu tinha essa lembrança ruim dele e estava reticente a rever agora, nove anos depois. E para minha surpresa, achei tudo maravilhoso e o filme só cresceu no meu conceito.

De novo, é ruim? Com certeza, mas eu adoro. O elenco é espetacular. Além do Schwarzenegger, temos a Robin Tunney, que anos antes havia trabalhado em Jovens Bruxas, um dos melhores filmes do mundo. Gabriel Byrne faz o papel do Diabo e é curioso pensar que no mesmo ano ele trabalhou em Stigmata, no qual ele interpreta um padre (com certeza vou falar dele em breve aqui no blog). Ah, vale citar a participação dele em Hereditário, do Ari Aster, um dos melhores filmes modernos do gênero. Temos também o maravilhoso Udo Kier, arroz de festa de todo tipo de filme. 


Os efeitos especiais são horrorosos, as atuações bem questionáveis, mas é muito divertido. Amo terror que trata de temas religiosos, amo filmes de ação e amo a estética dos anos 90. A trilha sonora tem um trecho que o Tristania usou em seu disco Beyond the Veil, o que fortalece ainda mais a minha nostalgia e crise de meia idade. 





Comentários