2002 – Japão – Cor, 88 minutos
Direção: Masaaki Termura
Roteiro: Wataru Mimura
Elenco:Yummiko Shaku, Kana Onodera, Midori Hagio, Tsutomu Kitagawa, Hirofumi Ishigaki, Shin Takuma, Akira Nagao, entre outros e outras.
Neste exato momento o meu coração está apertado, um aperto gostoso, mas, ainda assim um aperto. Pouco antes de começar a escrever, me dei conta de que este seria o meu último texto desta pauta. Estou feliz por ter mergulhado num universo por mim pouco conhecido e ter vivido durante semanas o mote “Cinema é a maior diversão”, não aquele cinema colocado em patamar inalcançável e/ou elitista que dita o que é bom e o que não é, no infinito jogo de ego que saiu das mesas de bar e fez morada no caos que é a internet, mais precisamente nas redes sociais, as suas filhas mais famosas, mas, como diria aquele jornalista, “estou tergiversando”. E estou mesmo, finjo estar escrevendo algo relevante para atrasar a despedida...mas, é hora de ir, afinal, vocês estão aqui para ler sobre Godzilla e não as lamentações deste escriba qualquer.
Pois bem, contrariando o que se vê na maioria de seus filmes, em Gojira x Mekagojira o kaiju-rei já chega no rancor, destruindo tudo pela frente sem dar tempo de o público respirar enquanto muitos em cena deixam de fazê-lo para sempre. Pouca coisa escapa à fúria de Godzilla e durante a tentativa de detê-lo, a tenente Akane Yashiro provoca um acidente que leva a óbito vários de seus companheiros, tornando-a pessoa não grata na organização e num revanchismo patético, é rebaixada. Infelizmente, situações assim pedem bodes expiatórios e só deu o pescoço da póbi na cabeça, que diga-se de passagem, em nenhum momento da excelente e violentíssima sequência de abertura batalha demonstrou covardia. Enfim, cansados de padecer horrores nas mãos (patas?) do kaiju, ao encontrarem o esqueleto do Godzilla original (!!!) os membros das Forças de Defesa do Japão (Japan Self-Defense Forces, no original), da qual Akane faz parte, decidem clonar as células do monstrão e construir um hibrido mecânico para fazer frente ao monstro real. Anos depois do experimento, um segredo aberto, vem à luz na forma de Kiryu, um robô gigante operado de maneira remota, o Mekagojira do título.
Coincidentemente, quem aparece depois de tanto tempo? Quem? QUEM??? Ele mesmo, num timing perfeito para que se mostre a competência da nova máquina e ela se mostra uma arma poderosa até o momento em que um rugido de Gódinho faz com que memórias do monstrão original atinjam Kiryu em cheio e ele agindo à revelia de seus controladores e tal qual o dono das células que lhe permitiram a criação, destrói a cidade ao seu redor. É, amigos e amigas, quem sai aos seus não degenera. E assim, entre prédios caindo (onde foi que já lemos isso antes?), aviões explodindo, gentes morrendo, fugindo e lutando, testemunhamos o que mais nos interessa nessa franquia: pancadaria.
E tome-lhe porrada pela vigésima sétima vez, porrada estilizada com efeitos dignos e coreografias de luta eficientes, além dos dramas humanos sempre presentes na franquia, sendo o mais claro deles, para mim, a reafirmação da tenente e sua competência profissional em uma sociedade sabidamente machista, onde o maior “erro” da tenente é o fato dela ser mulher, porque vimos no decorrer da franquia vários homens errando e suas punições nem sempre foram duras quanto a dela, porém, como já cantava James Brown “It’s a man’s world” e nele os monstros são mais respeitados do que as mulheres, mas aqui essa regra não será facilmente aceita ou respeitada, afinal, quem, tipo a Tenente Akane, luta contra Godzilla, tem medo de pouca coisa nesse mundo.
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