A minha maior frustração é quando num filme de monstros gigantes seja com outros monstros ou com mechas, a gente esperar por lutas e elas não acontecerem ou acontecer pouco. Lembro que quando vi esse Godzilla de 2014 pela primeira vez, isso me irritou profundamente porque foi um filme super anunciado e esperado, mas aí conhecendo a franquia mais um pouquinho a partir dessa maratona, Godzilla tem também seus filmes de quase não aparecer ou aparecer bem pouco mesmo, como é o caso do Destroy All Monster resenhado aqui por Queops.
Isso ameniza minha irritação com este filme? Um pouco. Mas...vamos lá...uma coisa é certa: gostei mais dele agora na revisão do que quando vi cheia de expectativas lá em 2014 (ou 2015, nem lembro).
Godzilla de 2014, como gosto de chamar esse filme, é mais um remake/reboot/reinicialização estadunidense do clássico de 1954 da produtora Toho (saudades), é o 30° do monstrão e o primeiro do MonsterVerse da Legendary seguidos do Kong: Skull Island (2017), Godzilla: King of the Monsters (2019) e do Godzilla vs Kong (2021). Dirigido pelo britânico Gareth Edwards (Monsters, 2010) e com um elenco promissor como Bryan Cranston, Ken Watanabe, Elizabeth Olsen, Juliette Binoche, Sally Hawkins e o sem sal Aaron Taylor-Johnson.
Na história, que tem início lá em 1954, Godzilla é um monstro pré-histórico que foi atraído para a ilha do Bikini para ser morto com uma bomba nuclear. Pula para 1999 com a investigação arqueológica por dois cientistas do projeto Monarca Dr. Ishiro Serizawa (Ken Watanabe) e Vivienne Graham (Sally Hawkins) numa caverna nas Filipinas de um esqueleto que parece ser do Godzilla. Essa escavação começou, pois, achavam que tinham encontrado uranio lá para explorar, só que com a escavação, houve um desmoronamento que matou e soterrou cerca de 40 pessoas. É lá também que os cientistas encontram dois casulos, um adormecido e outro que eclodiu liberando uma criatura que rasteja para o mar indo em direção ao Japão provavelmente atraída pela Usina Nuclear de Janjira. É lá que trabalham o casal Joe Brody (Cranston) e Sandra (Binoche), eles investigam um estranho tremor sísmico que possivelmente tenha abalado o reator. Joe pede para a esposa liderar uma equipe e ver o que aconteceu, um novo abalo rompe o reator, a equipe tenta correr, mas já é tarde e Joe tem que fechar os portões para o material tóxico não atingir a superfície.
Enquanto acontece todo esse drama, o filho deles, ainda criança, olha da escola a usina desmoronar. 15 anos depois, a criança que presenciou a tragédia e perdeu a mãe (Binoche), é um adulto, Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson) está chegando em casa para ver a família, Elle (Olsen) sua esposa e seu filho Sam depois de passar 14 meses em missão nas Forças Aramadas. Depois dos beijos e abraços, ele recebe uma ligação dizendo que seu pai foi preso, ele parece não ter uma relação boa com pai que parece ter ficado obcecado com o mistério que causou a destruição da usina e morte da esposa. Ford decide então viajar para o Japão e o pai o convence o filho a voltar para a zona de quarentena de Janjira para recuperar antigos documentos. Joe quer de volta uns antigos disquetes e tem uma reunião com a força tarefa que se encontra no Japão, eles estão de volta ao casulo adormecido que de repente, eclode e libera outra criatura. É aí que a gente fica sabendo que ela se chama MUTO. Sua aparição causa destruição na base e mortes, sua fome de material nuclear é maior e ainda eles tem que lidar com a sede de reprodução da criatura. 57 minutos depois de todas essas histórias rolando, aparece uma beirinha das coxas do Godzilla. Sua revelação causa um tsunami na ilha de Honolulu e é quando finalmente temos a primeira batalha entre o MUTO e o Godzilla, mas aí quando a porradaria parece que vai engatar, corta. Enquanto God briga com o bichão voador, o outro MUTO que já estava liberto há tempos, faz bagunça pelo mundo afora e os dois estão indo agora para San Francisco se encontrarem e serem felizes para sempre se reproduzindo. Só que não, né. No caminho deles tem um Godzilla.
Ufa, é tanta história acontecendo nesse filme que dá até saudades dos filmes da Toho com 70, 80, 90 minutos de duração. Eu gosto do lance que é mencionado sobre esses monstros estarem aqui antes mesmo de existir a humanidade e que foram cada vez mais para as profundezas do mar se alimentar de material nuclear da própria Terra. Parece coisa que horror cósmico com monstros super gigantes e apocalípticos desconhecidos. Até a fotografia do filme escura e todo o mistério em não revelar de vez Godzilla ajuda nisso. Eu só fico triste em terem dado o protagonismo da história para um ator tão limitado. Se você brinca de esconde-esconde com Godinho, então entregue atuações e dramas convincentes. Eu não consegui ter empatia hora nenhuma por aqueles personagens. Até a presença do super Ken Watanabe é apagada, mas na hora em que ele responde a uma pergunta de um oficial do exercito sobre o que vai acontecer quando os monstros se encontrarem e ele diz: “Deixe-os lutar”, ali o filme ganhou minha atenção. Pena que já passava de mais da metade.
Mas, olha, o final entrega muito e Godzilla que agora se mostrou por inteiro e conhecemos todos os detalhes de seu corpitcho lindo desde a ponta da cauda até seus lindos olhos, realmente me fez feliz e me senti igual ao personagem de Watanabe vendo encantado a criatura que tanto estudou por anos e anos. Amanhã volto com a sequência. Oremos.
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