Esse é meu texto de despedida da maratona Godzilla. Foi muito prazeroso conhecer mais um pouquinho dessa franquia, do monstrão e todos os outros seres e criaturas que formam essa grande família de Kaijus. Da forma mais DIY possível até as altas tecnologias norte americanas, são eles os verdadeiros protagonistas e é isso que o fã (ou não) quer ver, monstros imponentes brigando entre si ou aloprando cidades inteiras com sua fúria totalmente justificável, afinal, já diz o ditado: não mexe com quem tá quieto. Ou poderia ser também: não cutuca onça com vara curta. Tem aquele também: quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Bom, enfim...aprendemos a lição...
Godzilla, O Rei dos Monstros é o filme sequência do de 2014, terceiro do MonsterVerse da Legendadary, escrito e dirigido por Michael Dougherty (Trick’r Treat, Krampus) e o primeiro a trazer os monstros originais da Toho, além do Godzilla, claro. Mothra, Rodan e King Ghidorah abrilhantam este filme que ainda é estrelado por Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Charles Dance e de volta Ken Watanabe e Sally Hawkins.
Aqui, temos uma história que começa ainda na batalha de San Francisco com o drama de uma família que perde o filho na matança. E quem aparece logo de cara todo garboso e coxudo? Ele mesmo, o lagartão Godinho. A família são os cientistas e pesquisadores Dr. Mark Russel (Chandler), Dra. Emma Russel (Farmiga) e Madison (Millie Bobby) que passados 5 anos após a tragédia, vive com sua mãe numa selva num centro de pesquisas da Monarch que inclusive está sendo julgada pelo senado americano sobre suas ações e decisões no filme passado. Bom, o que menos vou me ater aqui nesse texto é sobre o drama humano e seus personagens que continuam sem sal, só que dessa vez o filme compensa essas historias insossas com aqueles que devem ser chamados de fato de verdadeiros protagonistas. O motivo deles aparecerem é até interessante, o personagem de Charles Dance que é um ex-oficial e virou um ecoterrorista, quer libertar todos os monstros para ajudar a Terra a se curar dos danos provocados pela humanidade. Eu acho justíssimo e dessa vez fiquei do lado deles. Somos uma praga e estarei torcendo sempre para nossa extinção. Ao ver que San Francisco “se curou” após os eventos de 2014, o plano dessa galera é que humanos coexistam com os kaijus, mas assim...ok...libertar todos os 12 monstros de uma vez daria certo? Esse é o grande questionamento do filme. E aí, baseados no que Godzilla fez no filme passado, salvando a humanidade e indo embora logo em seguida se perdendo no mar (só faltou o tchauzinho), eles confiam que o monstrão dará conta de colocar algumas dessas criaturas em seus devidos lugares. Um dos personagens até fala: ‘Ainda bem que ele está do nosso lado” e aí uma outra responde: “Por enquanto”.
Enquanto rola todo esse perrengue, sequestros e a captura e disputa por um aparelho chamado ORCA que foi desenvolvido pela Dra. Emma para soltar frequências que mantêm os monstros quietos, Godzilla trabalha e trabalha muito. Os líderes governamentais querem extinguir todos os monstros e colocam em pratica o plano. É quando Godzilla desaparece ferido, mas o cientista Dr. Serizawa (Watanabe) tem um plano também: explodir uma bomba nuclear que vai alimentar Godinho e bombar a força dele para poder dar conta de King Ghidorah e todos os outros. Rapaz, Godinho volta num rancor arretado.
Ah, por falar em king Ghidorah, meu irmão, o bichão tá bonito demais nesse filme aqui, viu. As lutas dele com Godzilla são um espetáculo e cada golpe dado, cada poder liberado é uma viagem emocionante. Eu fiquei muito impressionada de como os monstros aqui transmitem emoção e parece que dialogam diretamente com a gente e com os personagens. Os olhares e as conversas entre as cabeças de king Ghidorah que quase nunca se entendem, ora querem brigar, ora querem saborear cadáveres e ora querem mordiscar as orelhas um dos outros. É engraçado, mas também tem seus momentos de quase lágrimas quando o próprio Dr. Serizawa fica cara a cara com Godzilla para colocar em prática aquele plano que falei mais acima. E, ah! Gosto de Watanabe ficar repetindo o todo "GOJIRA".
Só até aqui, esse filme, para mim, já deu de dez a zero no anterior e confesso, histórias, dramas e roteiro, é o que estou menos interessada quando se tem a chance de mostrar monstros gigantes se digladiando, mas mostrar de verdade e não ficar brincando de esconde-esconde. Quase tudo nesse filme me remeteu aos originais da Toho, desde o rugido do Godzilla, aquele gritinho fino, porem imponente que ele solta, as músicas temas de suspense dos monstros originais e, claro, o tema clássico do Godzilla aqui repaginado que dá mesmo a sensação dele ser um verdadeiro DEUS quando aparece. Tem também a referência às fadas do filme da Mothra e me deu a sensação de que cada personagem ali, mesmo quietinho, uma hora ia mostrar a que veio. Mas, não só essas coisas fizeram desse filme um dos melhores, tem também as críticas que ele traz, temas dos clássicos japoneses, que é a velha questão ambiental dos humanos estarem destruindo a Terra. Poluição nuclear, consumo desenfreado de energias não renováveis, a superpopulação e etc. foram temas trazidos que só mostra o quão fã da franquia os responsáveis por esta produção é. Isso me ganhou muito.
Vou concluir e me despedir, porque senão eu não paro. Esse filme me deixou realmente eufórica e muito satisfeita com o tratamento que deram, tirando uma coisa ou outra, não acho que desabone o todo. O final me deixou num estado que jamais pensei que ficaria num filme estadunidense do bichão, aqueles monstros todos reverenciando Godzilla, foi demais pro meu coração e as lágrimas escorreram. Não a toa é chamado de REI DOS MONSTROS. Obrigada a todo mundo que acompanhou até aqui e amanhã tem mais, o último filme no último dia do mês com um convidado especial. Aguardem.
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