#147 Oásis dos Zumbis (1982)

Escrever em período de doença e correria de trabalho é uma zona, pensar no filme que vai ver e falar dá trabalho, gente. Não parece, mas dá. Daí que estava procurando aqui nas minhas pastas algum filme que já tinha e me deparei com Oásis dos zumbis, um Jesús Franco que pelas reações, não parece ser bem aceito pelos cinéfilos e li um comentário que até dizia assim: “o pior filme de zumbi já feito”. Quase desisti de ver se mais opções eu tivesse de imediato. É meu primeiro Franco e eu morria de vontade de ver coisas dele assim como tenho de maratonar os de Jean Rollin, quem sabe um dia, né?

A trama é bem simples, caçadores de tesouros que descobrem uma fortuna em ouro perdida no deserto, só que o lugar tem resquícios nazistas de quando a Alemanha lançou a força expedicionária na África e esse tesouro é guardado ainda por antigos soldados alemães que transportavam a carga e viraram zumbis.

O filme tem uma aura bem solar, passado quase todo durante o dia e começa com duas moças louras num jipe passeando por esse oásis. Elas descem do carro e passam a andar pelo terreno com seus shorts minúsculos e cenas em zoom focando em suas protuberâncias nadegais. Trajes perfeitos para se cruzar o deserto enquanto sofre um ataque de mãos de zumbi que saltam das areias e agarram as pernas de uma das jovens. Depois dessa introdução promissora, corta para dois homens que conversam sobre um comboio nazista de uma carga de 6 milhões de dólares em ouro, ouro aquele que se perdeu há décadas, mas que ainda está sendo protegido por tripas e sangue por zumbis nazistas. Quem ousará enfrentar os monstrengos que, custam inclusive a aparecer no filme, mas quando aparecem, para nossa grata surpresa, temos espécies que parece uma versão piorada que mistura o zumbi Carrefour (A Morta-Viva, 1943) e seus olhos esbugalhados com os zumbis de Fulci em Zombi 2 (1979) e suas peles podres descolando da face se misturando com vermes e líquidos viscosos. 

A história segue e entra em cena mais personagens, dessa vez um jovem e seus amigos que tem ligação direta com alguém do passado e que também tem a ver com esse comboio e esse ouro que se perdeu, nossa, pense numa confusão. Aí eu parei de querer entender e só fui guiada pelos ventos do deserto numa trama recheada de flashbacks para saber até onde essa armação iria chegar e, claro, ver zumbis atacando, pois essa é a verdadeira diversão. Só que quando finalmente chega, as cenas são tão corridas, mesmo os zumbis sendo lentos, que o inevitável UÉ vem e você fica igual àquele meme de John Travolta se perguntando “cadê?”. 

Enfim, minha primeira experiência com Jesús Franco não foi tão animadora, mas ainda assim deixo aqui como recomendação e como diria a companheira de blog Jéssica Reinaldo, se for, vá por sua conta e risco. Jesús, mesmo assim, não vou desistir daquela maratona marota, não, tá?




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