Hoje damos início a mais um especial aqui no 365! Em abril faremos o especial de mulheres na direção, então todos os filmes desse mês serão de mulheres cineastas. Estamos ansiosos e muita coisa boa, doida, ruim, esquisita e etc vem por aí.
Eu tenho a honra de começar esse mês e esse especial falando dele, sim dele: Cocaine Bear, ou O Urso do Pó Branco.
Não, isso não é uma mentira de primeiro de abril. Se você vive em uma caverna em pleno 2023 e não soube das notícias, primeiro saiba que admiro muito você. Eu queria fazer o mesmo. Segundo, sim, o filme se trata de um urso cheirado (ou comido, vamos lá) na coca.
Dirigido por Elizabeth Banks, o filme conta a história de um traficante que jogou uma carga de cocaína do avião, a droga caiu em uma floresta e um urso encontrou os pacotes. Em meio a tudo isso, vamos conhecendo alguns personagens que vão fazer a história se desenvolver. É um leque tão grande de personagens e que se encaixa tão bem pra um filme desse tipo que eu fiquei mesmo impressionada.
De início, vemos um casal, Olaf (Kristofer Hivju) e Elsa (Hannah Hoekstra), conversando sobre seu futuro quando vemos o estado lamentável que a pobre ursa (é uma ursa) se encontra depois de ter ingerido os pacotes de coca que caíram do avião. Em uma reação desesperada, os dois correm, e a ursa desanda a correr atrás deles, o que acaba em tragédia. E então conhecemos outros personagens da história: Bob (Isiah Whitlock Jr.), detetive que está de olho no grande traficante Syd (Ray Liotta), e sua ajudante, a policial Reba (Ayoola Smart). Quem ajuda Syd em seu comércio ilícito é Daveed (O'Shea Jackson Jr.), e Eddie (Alden Ehrenreich), filho de Syd.
Temos também a Patrulheira Liz (Margo Martindale) e seu amigo Peter (Jesse Tyler Ferguson). Liz tem uma cabana de patrulheira perto da entrada do parque natural onde a ursa fica, e lá conhecemos Vest (J.B. Moore), que faz parte de uma gangue com Kid (Aaron Holliday) e Ponytail (Leo Hanna) No núcleo das crianças levadas que fazem cagada temos Dee Dee (Brooklynn Prince) e Henry (Christian Convery). Sari (Keri Russell) é a mãe preocupada de Dee Dee.
Ufa. Sim, são muitos personagens. Mas o melhor de tudo é que, pra mim, eles preenchem cada espaço, o que torna o filme muito dinâmico. Poderia ser um filme até meio chato se não tivessem todas essas possibilidades de encontro.
O que acontece, no geral, é que certo dia Dee Dee e Henry saem para esse parque natural para encontrar uma cachoeira. Sari descobre e parte atrás deles, com a ajuda de Liz e Peter. Daveed e Eddie também estão a caminho de lá porque eles souberam por Kid que o restante da cocaína tinha caído na floresta. Bob está no rastro da dupla. E, claro, temos a ursa, que está tranquilíssima afundada no seu vício em cocaína em seu habitat natural.
Eu juro pra vocês, esse filme tem tudo. Tem humor, tem cenas absurdas, tem uma cena indescritível de uma chuva de cocaína caindo de cima de um gazebo e a ursa dançando embaixo dela… é um filme completo.
Eu gostei muito do tom empregado pela Elizabeth Banks pra contar essa história, e gostei muito da ambientação oitentista suave que ela usou — está lá, mas não precisava de nada muito espalhafatoso, só o figurino do Ray Liotta e as músicas. Foi, inclusive, um dos últimos trabalhos de Liotta, que faleceu em maio de 2022, mas deixou alguns filmes em pós-produção.
É bom lembrar que o filme foi baseado em uma história real: nos anos 1980, Andrew Carter Thornton II era um oficial da narcóticos que entrou para o contrabando. Certo dia, em 1985, ele teve que pular de seu avião, seu paraquedas não abriu, ele morreu e sua cocaína foi perdida. Três meses depois, um urso morto por overdose foi encontrado, dando indícios de onde a danada tinha ido parar.
Se você está pensando “nossa eu não vou assistir essa porcaria” eu sugiro que você dê sim um voto de confiança. Eu estava com sono e cansada de uma semana cheia de fracassos e fiquei muito contente vendo os humanos do filme, em sua maioria, pegos em uma teia de desastres e tragédias, enquanto a pobre ursa lidava com seu novo vício.
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