#168 Chanthaly (2012)

Na minha pesquisa por filmes de horror asiáticos, foi difícil encontrar os dirigidos por mulheres. Infelizmente alguns que encontrei estavam inassistíveis pela qualidade do material, com legendas gravadas diretamente no vídeo e com momentos impossíveis de conseguir lê-los. Porém a diretora Mattie Do parece ser uma dessas poucas que ainda tem filmes acessíveis e lá fui eu investigá-los.

Chanthaly é um filme de 2012 e é considerado o primeiro filme de horror dirigido no Laos. Ele possui uma atmosfera bastante densa, o que é aumentada pela forma como foi feito. Fica perceptível que foi feito com baixo custo devido à edição de vídeo e de áudio que são bem precários, o que o torna mais difícil ainda de acompanhar. Os cortes são bruscos, as variações de áudio também. Quase não há trilha sonora musical.

Chan é uma moça que vive com seu pai e é trancafiada dentro do espaço da casa e do quintal. Sua conexão com o mundo externo se dá pela cerca onde ela observa "o mundo lá fora" assim como a abertura do portão da garagem que, vez ou outra, traz o surgimento do rapaz Thong, que está apaixonado por ela. Seu pai diz que sua mãe faleceu quando ela nasceu, porém Chan possui visões de sua infância onde uma mulher, supostamente sua mãe, estava cuidando dela.

Além disso, o pai não a deixa entrar em contato com fotografias de sua mãe nem objetos desta época que se encontram encaixotados num canto do quarto dele. E um espírito começa a aparecer para Chan, um espírito que não parece querer mal a ninguém, mas ao mesmo tempo quer que ela se lembre. Chan desconfia que sua mãe é o espírito e deseja profundamente que ela apareça para que criem um laço que nunca existiu.

O filme vai muito além disso e tem uma virada no roteiro bastante interessante, algo que não me lembro de ter visto. O espírito aqui é antes uma ponte para o que de fato se tornará o horror para Chan ao invés de ser este horror em si. Ele não causa medo. Chan, pelo contrário, liga e apaga diversas vezes a luz chamando por sua mãe e quando ela aparece não existe jump scare ou qualquer outra coisa.

A personagem só quer encontrar respostas e sabe que através do pai ela não as conseguirá. Porque não se conectar com sua falecida mãe já que ela tanto deseja? São caminhos interessantes que esse filme apresenta.

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