Círculo de Fogo
2013, EUA colorido
Pacific Rim
Direção: Guillermo Del Toro
Roteiro: Guillermo Del Toro e Travis Beacham
Elenco: Idris Elba, Charlie Hunnan, Rinko Kikuchi, Charlie Day, Burn Gorman, Clifton Collins Jr, Ron Pearlman, Santiago Segura, entre outros e outras
"Hoje, no limite das nossas esperanças, no fim do nosso tempo, escolhemos acreditar um no outro. Hoje enfrentaremos os monstros às nossas portas. Hoje cancelaremos o apocalipse!", Marechal Stacker Pentecost
Até a data de lançamento deste filme eu ansiei por algo do tipo por quarenta longos anos. Exposto a vasta gama de entretenimento desde pequeno, os animes não passaram batido por mim, Pirata do Espaço, lançado originalmente em 1976 no Japão e em meados da década de 1980 no Brasil, foi o primeiro que vi com mechas, robôs gigantes pilotados por pessoas, neste caso em específico, Joe e Rita. Ele, um terráqueo e ela, uma aliada alienígena que se junta às forças da Terra para combater o próprio povo, que, de uma base no Ártico, tem planos para dominar o nosso planeta.
Depois dele vieram outros, como Zillion e Voltron, por exemplo e eu sempre imaginava como seriam "na vida real" e então, eu vi o trailer de Pacific Rim e algo acendeu dentro de mim, ou melhor, incendiou. Nos meses seguintes procurei atentamente notícias sobre a produção e cada uma delas renovava a minha vontade de assistir no cinema. Parei de ver o trailer depois de tê-lo visto umas boas dez vezes e finalmente o filme estreou, o roteiro não tentava reinventar a roda e entrega uma história bastante simples, onde monstros gigantescos, os populares Kaijus, saídos de uma fenda dimensional no fundo do oceano Pacífico, tocam o terror na humanidade e nós, monstros que também somos, desenvolvemos robôs gigantes para enfrentar os invasores, mas, não podemos sentar na cabine e guiar as máquinas, simplesmente! Oh, não! Como cada um deles precisa de dois ou mais pilotos, extensos testes são feitos e os pilotos são escolhidos de acordo com suas ondas cerebrais, que têm que combinar perfeitamente, tornando-se únicas quando em batalha.
Depois de sucessivas derrotas, a humanidade consegue equilibrar as coisas, mas, se mantém em alerta, porque sabe que aquilo está longe de acabar e está mesmo. Uma noite, um chamado de emergência ecoa no rádio, um Kaiju se dirige à cidade e cabe ao Gipsy Danger, nome do mecha que os irmãos Raleigh e Yancy conduzem, mostrar à criatura que rapadura é doce, mas, não é mole não. Quando a luta parecia ganha, o Kaiju reage e mata Yancy e Raleigh, num movimento inédito, vence o monstro sozinho, caminha até o litoral e desfalece. O choque de sentir a morte do irmão dentro de seu cérebro foi tão intenso que ele abandona o projeto e vai trabalhar na construção civil.
Os anos passam e os governos que financiavam a iniciativa decidem fechar as torneiras para, no lugar dos mechas, construir muros que teoricamente impedirão os alienígenas de chegar às cidades. Você leu certo, os imbecis aprovaram essa medida é que fizeram errado. Abalado, porém firme, o Marechal Stacker Pentecost (Idris Elba), decide organizar a resistência caso a ideia dos muros dê errado e, cavalo velho que é, vai logo à procura de Raleigh para que ele volte a compor a equipe voltando a pilotar qual mecha? Gipsy Danger, claro. A princípio desacreditando nos bons resultados dessa ideia, ele volta, assim como os kaijus, só que dessa vez os monstros têm pressa e a humanidade não tem tempo.
Se fosse apenas isso já estava de bom tamanho, mas, o diabo mora nos detalhes e aqui não é diferente, o diretor Guillermo Del Toro, inquieto que é, fez questão de trabalhar várias referências em Pacific Rim, dos clichês às pseudociências, da impossibilidade da vitória à esperança da sobrevivência, dos personagens idiotas aos gente fina, estão todos lá, em imagens minuciosamente detalhadas que exigem múltiplas revisões para que possamos observar o quadro por inteiro e sempre descobrir novidades no que vemos.
Cai pra dentro, pessoa. É tiro, porrada, bomba e monstro até umas hora. Confia.
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