#220 A Terceira Porta do Inferno (1989)

Uma das coisas mais divertidas de participar desse projeto é a hora de escolher os filmes. As vezes decidido horas antes do texto ser escrito e publicado. Não foi o caso desse aqui em especifico, ele já estava no meu radar faz algum tempo e aí aproveitei que esse mês o tema é livre para coloca-lo na roda. Eu adoro filmes italianos de horror, desde os mais classudos aos mais bagaceiras pois o que importa é se divertir e aqui, garanto, você vai rir um bocado. Não que seja uma comedia, mas é que a coisa tão feita na cara e na coragem e sem sentido algum que a dica que eu dou é, vai na fé e de peito aberto.

After Death, Zombie 4, Oltre la Morte ou A Terceira Porta do Inferno é dirigido por Claudio Fragasso com o codinome de Clyde Anderson, com roteiro de Rosella Drudi (esposa de Fragasso) e conta a história de uma ilha na selva cujos habitantes sofrem uma maldição vodu e viram zumbis. Tudo começa quando o habitante local e sacerdote Vodu, irritado com o experimento mal sucedido de alguns cientistas brancos que prometeram salvar sua filha do câncer e falham, ele decide então amaldiçoar o local quando é assassinado pelos missionários. Zumbis que parecem ninjas começam a aparecer aos montes e terminam de matar mais um casal de cientistas, mas sua filha, uma criancinha, consegue escapar dali graças a um amuleto dado por sua mãe minutos antes de ser atacada pelas criaturas.

O tempo passa e a garotinha volta agora uma mulher com um grupo de mercenários na tentativa de descobrir o que aconteceu com seus pais e com outros cientistas. Em outro local da ilha, um grupo de três amigos, entre eles Chuck, interpretado pelo ator pornô Jeff Stryker em seu primeiro papel numa produção não pornô, encontram uma caverna, a mesma que foi palco anos antes da morte o sacerdote e onde foi lançada a maldição, eles encontram velas e um livro que seria o livro da morte. Claro que, como personagens imbecis em filmes de zumbis tem que existir, aqui não é diferente e um deles, mesmo sendo aconselhado pela garota a não abrir o livro e ler o que estava ali dentro, ele o faz e aí já sabe, né? Deu-se a merda (ALÔ EVIL DEAD). As três palavrinhas proferidas por um deles, faz abrir as portas do inferno liberando mais e mais mortos-vivos com sede de sangue e fome de carne. Eles são estraçalhados em uma cena digna de filme de horror italiano baixo orçamento com peles se rasgando, sangue sendo esguichado e globos oculares pulando a orbita quase implorando para serem agarrados por quem está do outro lado da tela. É LINDO!! Mas Chuck consegue escapar do ataque e acaba encontrando o grupo de mercenários. Eles encontram a casa abandona que servia de QG para médicos das antigas expedições de cientistas e nela armas dentro de um baú velho.

A partir daí é só diversão, ataques e mais ataques. Balas, fogo, mortes, látex barato, sangue, transformações e muitos zumbis vestidos de um farrapo que parece mais uma vestimenta ninja, não sei se como estilo e conceito ou como forma de esconder a maquiagem barata e quase inexistentes dos monstrinhos que até lembram em parte tanto os filhos de George Romero quanto os filhinhos de Fulci em Zombie 2.

O filme não pode ser tratado somente como esculhambação, um pouco longe disso, há um esforço digno em fazer a coisa acontecer e o inicio dele demonstra isso, é bem promissora a abertura com o ritual Vodu, embora as atuações sejam sofríveis. O ritmo é rápido e seus 84 minutos passam voando. A trilha é um acontecimento a parte numa mistura de instrumentalismo tribal com rock dos anos 80 e uma atração à parte, é a originalidade de trazer zumbis rápidos e inteligentes, se antecedendo a Zach Snyder e Danny Boyle, embora nunca seja lembrado e creditado por isso. Há a presença de um personagem negro que poderia apostar que seria um dos primeiros a morrer, mas quebrei a cara e, embora isso aconteça, até demora, ele consegue dar uma baixa imensa na população de mortos-vivos da ilha dando tiros certeiros em suas cabeças que explodem com gosto seus sangues pretos quase respingando na gente. Que delícia! 

Se você está procurando um filme sem cérebro para apenas se divertir, com muita ação e tudo que o subgênero horror italiano-canibais-zumbis traz, este filme é perfeito para você. Só vai!






Comentários