#238 A Bruxa de Blair (1999)

 


Em 1999 estreava A Bruxa de Blair, um filme que considero um divisor de águas no terror. Fui assistí-lo no cinema com a minha mãe, e lembro que no final da sessão as pessoas saíram com aquela cara de interrogação. Lembro de um homem falando "Que merda foi essa?" e eu, nos meus 12 anos, não entendi direito o que tinha acontecido, mas fiquei com medo. 

A publicidade na época foi muito interessante. Venderam o filme como documentário real, que as pessoas realmente estavam desaparecidas. Não tinha internet, então eu me informava sobre cinema na revista SET e conversando com as pessoas que trabalhavam na locadora da minha rua. Então eu não tinha como saber se aquilo era verdade ou não. 


Já li que esse não foi o primeiro found footage e afins, mas foi o primeiro a alcançar sucesso. Assim como escrevi no texto sobre O Chamado, não vou me ater muito ao enredo, porque ele deve ser conhecido de muitos de vocês. Eu devo tê-lo revisto em algum momento ali por 2010, mas assistir novamente em 2023, aos 36 anos, foi muito bacana. Found footage não é meu gênero preferido, mas eu sempre me assusto. Penso em Grave Encounters, aqueles com extraterrestres e acho que eles devem muito a esse longa aqui. 

Uma vez fiz um curso a respeito de Twin Peaks, de como a série tinha passado da televisão para a vida das pessoas. Todo mundo estava comendo torta de cereja e tomando café, lendo teorias a respeito do Black Lodge e tentando entender a cabeça de Laura Palmer. Eu não peguei essa febre na época, mas acompanhei todos os desdobramentos de Lost. E idem com A Bruxa de Blair


Gosto muito de ver como algumas obras saem da sua mídia original e viram parte da cultura pop. Sempre vejo comentários de como os jovens não conhecem esse ou aquele artista, me pergunto se eles sabem das lendas ao redor desse filme. Espero que sim. 

Nessa revisão me atentei a uma coisa: a Heather, personagem que tem a ideia de fazer o documentário, é culpabilizada o tempo todo pela ideia. Eles estão no meio do nada, andando em círculos, atormentados por vozes de crianças no meio da noite, e a culpa é sempre dela. Enfim...

Ah, uma vez andando pela Galeria do Rock eu achei a trilha sonora do filme por R$10. Comprei na hora e amei ler que aquela teria sido uma coletânea encontrada na van deles. Tinha Lydia Lunch, Front Line Assembly, Type O Negative e PIL. Ainda guardo esse cd com muita nostalgia. 



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