Antes de se meter com Senhor dos Anéis, Peter Jackson foi um exímio diretor de filmes de terror (b? underground? menos mainstream que a maioria?) dos anos 1990. Entre seus grandes sucessos dessa época estão os nojentos Náusea Total (1987) e Fome Animal (1992) — este último gosto muito, o primeiro ainda não assisti mas sei que é nojento —, o clássico cult Almas Gêmeas (1994) — que está na minha watchlist — e Os Espíritos (The Frighteners), de 1996.
Hoje vou falar de Os Espíritos, que ficou na minha lista de “filmes que quero muito assistir mas sempre dá errado”, que eu finalmente consegui ver esses tempos atrás. É uma comédia de horror sobrenatural, com fantasmas e altas trapalhadas do Michael J. Fox.
No filme, Frank Bannister (o Michael J. Fox) era um arquiteto até que um acidente de carro, que matou sua esposa o fez conseguir ver fantasmas. Com a ajuda desses fantasmas, Frank sai por aí oferecendo seus serviços de “limpeza espiritual” e livrando pobres famílias das ações malévolas de espíritos (cometidas, claro, por seus próprios amigos).
Certo dia, entretanto, Frank vê que tem algo errado. Pessoas começam a ser assassinadas “aleatoriamente” — todas elas tinham algum tipo de ligação com ele — e, junto disso, um fantasma-ceifador começa a levar até mesmo os fantasmas à morte. Aliado aos seus amigos fantasmas e a dr. Lucy Lynskey (Trini Alvarado), Frank, que está sendo acusado de assassinar essas pessoas, tenta provar sua inocência e dar um jeito de salvar a cidade.
O filme conta com um elenco muito conhecido aos fãs de terror: Jeffrey Combs interpreta Milton Dammers, um agente odiável do FBI extremamente excêntrico que tem expressões faciais insanas de boas; John Astin como O Juíz, um fantasma pistoleiro excelente (mas que tem péssimas piadas de mau gosto ao longo do filme, o Peter Jackson errou a mão demais aqui), Dee Wallace como Patricia Bradley fazendo um ótimo papel; e Melanie Lynskey, que é uma das oficiais de polícia, e que já havia trabalhado com o Jackson em Almas Gêmeas.
Isso não é exatamente um spoiler, mas acho válido mencionar que os vilões do filme são inspirados em dois assassinos reais: Caril Ann Fugate e Charles Starkweather, que tocaram o terror no final dos anos 1950.
Os Espíritos é um filme muito bom, muito divertido, que erra a mão de vez em quando, mas que eu acho que não apaga a qualidade do filme. Tem um sentimento ali, tem comédia, e eu adoro filme de trambiqueiros — e o Frank nada mais é do que um trambiqueiro. Tem cenas absurdas ao longo do filme, algumas delas protagonizadas pelo Combs que, sério, tá ótimo em fazer um papel péssimo.
Eu considero um filme bem despretensioso e gostoso de assistir, além de ter algumas referências excelentes a outros filmes de terror ao longo do caminho. Recomendo aos amigos que gostam dessas comédias de horror, como eu, e que procuram filmes mais bobos pra passar o tempo (se vocês verem bem, minhas últimas indicações são todas assim, e devem permanecer assim por um tempo).
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