Existem alguns temas que são bem perturbadores de serem abordados e eu vejo o cinema japonês falando deles sem problema algum. Não que outros temas de outros países também não falem de outros temas também pesados, mas como eu foco muito no japonês e no de Hong Kong, esses me cercam mais. "O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar!", por si só, já carrega um título assustador. É um filme bem curtinho, de 62 minutos de duração, e que consegue entregar o necessário, sem preenchimento além do que veio.
O filme começa com cinco jovens que devem ter no máximo 11, 12 anos. Elas estão observando um casal de coelhos com seu filhote recém-nascido e comentam o quão nojento é esse nascimento. A líder do grupo, Mizuki, então entra no espaço onde os coelhos estão, pega o bebê, carrega até um lugar bem alto e o atira de lá. A gente fica apenas com o som oco do espatifar no chão e as risadas das outras meninas. Já deu pra ver que esse clube não é nada amigável.
Quando elas descobrem que a professora Sawako está grávida de 4 meses começam a questionar como aquilo aconteceu. A conclusão óbvia é que foi fazendo sexo e outra conclusão mais óbvia ainda para elas é que sexo é nojento! Elas precisam fazer algo para que o bebê não nasça pois aquilo vai contra o que elas acreditam. Coisas impuras não devem acontecer. E assim começa a jornada das cinco crianças, com a líder psicopata, para tentarem abortar a criança de Sawako.
Eu assumo que algumas situações são meio bobinhas, mas a ideia, num todo, de crianças tão cruéis me trouxe um tanto de raiva. Nisso as atuações foram bem coerentes, com bastante credibilidade, melhor até que a de alguns adultos. O final é um tanto perturbador, então deixo aqui um pequeno aviso de gatilho também, ao mesmo tempo que tenta trazer uma reconciliação e até uma certa moral da história meio mórbida.
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