Muito atraída pelo nome do filme e mais ainda ao ler a sinopse que falava se tratar de um filme de ficção cientifica, fantasia e terror sobre uma sociedade secreta que volta do futuro com o intuito de aniquilar homens os fazendo desistir do sexo. Pensei: Uau! Eis um filme curioso! Só que para minha surpresa e acredito que de muitas outras pessoas que viram ao filme só de ler a sinopse, Spermula de 1976 é uma produção totalmente diferente do que pintam ser. Existe sim sci-fi, existe sim fantasia, mas também existe sim muitos nudes, muito sexo e tudo sob uma cortina artística muito bem fotografada. O enredo que é divulgado parece ser mais uma tentativa de esconder o verdadeiro conto erótico vampiresco que Spermula é. Isso não é uma reclamação.
Spermula é um planeta povoado por seres inteligentes e governado por um ser que se intitula Grande Mãe. A noção de sexo e de amor, ou que os habitantes de Spermula entendem disso, os enoja. É quando decidem abandonar seus corpos e vir para o planeta Terra com o intuito de se infiltrar a partir da forma humana de mulheres e tornar toda a população masculina do planeta impotente por meio do (pasmem) sexo sugando tudo e toda a vontade dos homens. Essas mulheres intergalácticas vão morar num castelo numa cidadezinha rural da França e são vizinhas do prefeito da cidade. Tudo que elas usam como peças de roupas, acessórios e objetos de decoração, elas dizem que são tudo verdadeiros e tirados da Terra enquanto elas colocavam copias no lugar, inclusive chamam os terráqueos de estúpidos por não notarem. História vai, história vem, sexo vai, sexo vem, as Spermulans (seria esse o nome para habitantes de Spermula? Fica aí o questionamento) passam a gostar cada vez mais de seus corpos e o prazer que ele pode proporcionar.
Ainda na história, tem o prefeito, um homem extremamente grosso e violento que maltrata sua esposa mesmo dizendo que a ama. Esse conceito de amor é questionado sempre pela Grande Mãe de Spermula. Há também Werner (Udo Kier), uma espécie de assistente/investigador/jornalista do prefeito. Não entendi muito bem qual seu papel e sua relação com Spermula, mas ele tá lá seduzindo e sendo seduzido também, embora reclame de seu minúsculo pinto (se é que entendi bem). Existe também uma espécie de cabaré onde se vê sempre uma mulher negra dançarina interpretada por Radiah Frye e que tem um tórrido caso com o anão interpretado por Alain Flick. Tudo é feito para soar o mais estranho possível e que não fique tão longe das estranhas criaturas extraterrestres vampirescas.
Charles Matton, também conhecido como Gabriel Pasqualini, foi um artista francês de multitalentos: pintor, escultor, ilustrador, escritor, fotógrafo, roteirista e diretor de cinema, ele quis dar essa aura de cinema arte em seu filme conduzindo e desenrolando tudo a seu tempo e sem pressa. É tudo muito exuberante, rico, bonito, limpo, sensual, brilhoso e até parece ser muito cheiroso. Estava lendo que a versão inglesa desse filme foi cortada em 20 minutos, deixando a produção toda retalhada e sem sentido para parecer mesmo um convencional filme de fantasia sci-fi. Acho que devo ter visto a original francesa, já que é tudo muito explicito e beirando o surreal. O que nos resta saber, é se a missão de seduzir homens fará com que eles percam o interesse por sexo, dará certo ou não. Serão as Spermulans capazes disso?
Claro que essas poucas palavras aqui não chegam nem perto da experiência visual e sensorial que é Spermula e se você achar pelos caminhões de locadoras por aí, recomendo.
Equipe: diretor e roteirista: Charles Matton. Fotografia: Jean-Jacques Flori, Music – Jose Bartel. Direção de arte: Sarah Matton.
Elenco: Dayle Haddon (Spermula), Udo Kier (Werner), Francois Dunoyer (Tristan), Jocelyne Boisseau (Cascade), Ginette Leclerc (Gromana), Isabelle Mercanton (Blanche), Georges Geret (Grop), Radiah Frye (Ruth), Angela McDonald (Gilda), Suzannah Djian (Diamant).
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