#273 Rota da Morte (2003)

Não sei pra vocês, mas a presença de Lin Shaye num filme faz dobrar meu interesse pela obra, afinal, dona de uma filmografia de gênero que lhe renderam 57 filmes, ganhando assim o titulo de "Rainha do grito". Às vezes o filme acaba nem sendo essas coisas todas, só que aqui em Dead End, a coisa é bem diferente, pois além de estar em destaque ao lado de Ray Wise (sim, ele mesmo. o pai de Laura Palmer) e entregar uma atuação de milhões, o filme que aparenta uma trama simples, se revelou para mim uma excelente surpresa.

É véspera de Natal e a família Harrington está indo passar o feriado com parentes. O Pai, Frank (Ray Wise), após cochilar no volante e quase bater o carro, decide pegar um atalho numa estrada alternativa e desconhecida na esperança de evitar o trânsito e encurtar o caminho. Junto no carro estão sua esposa Laura (Lin Shaye), o filho chato adolescente que quer chamar atenção a qualquer custo Richard (Mick Cain), a filha mais velha aspirante a psiquiatra Marion (Alexandra Holden) e seu namorado jogador e talvez gay (???) Brad (Billy Asher).

Desde o inicio fica claro que a família tem seus problemas, assim como a maioria das famílias e no decorrer do caminho isso vai se acentuando quando eles percebem que esse atalho no caminho guarda algumas supressas, a começar com uma mulher estranha toda de branco que segura um bebe e está sozinha na estrada. O Pai então decide parar para lhe dar uma carona e nessa hora eu fiquei pasma. Quem cede o lugar no carro para a estranha é a Marion, que segue o caminho sozinha a pé num lugar ermo, desconhecido e esquisito. Enquanto ela aproveita o caminho para ensaiar como terminar o namoro, Brad se abre com a desconhecida no carro e confessa que vai aproveitar a reunião familiar para pedir Marion em casamento. A partir daí, a trama que já dava indícios de esquisita, vai ficando mais esquisita ainda. Você provavelmente ficará com a sensação de já ter visto esta trama em algum filme e você não está errado. Ele tem semelhanças e carrega referencias de algumas produções que poderia citar aqui, mas talvez estrague a sua experiência com a entrega final de Rota da Morte, titulo que ganhou aqui no Brasil.

Este é um filme que promete quase nada e entrega tudo, mas o grande destaque são os momentos de conversas, discussões, brigas e confissões entre marido e esposa, uma relação claramente abalada, mesmo Laura se esforçando para que ao menos aquela noite fosse agradável, afinal, é Natal. Só que isso não basta para o tanto de arestas que essa família tem que resolver. Frank tem certeza que aquele atalho-estrada vai dar em Marcott, suposto lugar que os colocaria de volta na rodovia para seguir a viagem, mas esse lugar parece nunca chegar e eles voltam ao ponto inicial onde deu inicio a toda confusão: a mulher de branco sozinha na estrada. A partir daqui não falarei mais nada por medo de entregar demais, mas confesso que a vontade é destrinchar toda a trama pois ela dá margem para a gente criar várias teorias, mesmo desconfiando onde esse caminho vai dar. Talvez seja essa a maior diversão de Rota da Morte.

Longa de estreia dos diretores franceses Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa, a produção é uma diversão garantida, mistura humor, horror, gore e drama familiar. Com certeza foi um achado para mim e mais certeza ainda que colocarei como um dos favoritos de filmes de Natal. E, claro que verei ainda outras vezes, pois é daqueles filmes que quanto mais se assiste, mais se percebe coisas e migalhas de uma trama aparentemente simples, mas que guarda grandes surpresas ao longo de sua jornada. 





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