Há alguns anos eu tinha visto por aí um pôster com um gato sphynx. O nome do filme? Pet Graveyard. E isso com o novo Cemitério Maldito prestes a ser lançado. Li muita reclamação de gente que viu esse achando que seria o novo. Esse era um caso clássico do "Obviamente isso aqui é ruim", então fui assistir. E gostei!
O filme não faz sentido, as atuações são péssimas, os diálogos são cafonas e o gato está ali apenas existindo e sendo lindo. Isso me fez pensar nessa coisa de terror como algo ruim, como subgênero e afins.
Uma vez eu fiz um curso sobre o ciclo Poe do Roger Corman. Foi falado de como ele recebia pouca grana para fazer os filmes, geralmente curtos, em preto e branco, e usando sobras de cenários. Para fazer O Solar Maldito (já resenhei aqui) ele pediu para a produtora uma grana maior, ele faria um filme colorido e mais bem feito. E foi um sucesso.
Fiquei pensando nesses filmes B, em Ed Wood e seu Plano 9 do Espaço Sideral (também já resenhei aqui) e todas as porcarias dos anos 80 que hoje são consideradas cult. Ed Wood um dia foi considerado o pior diretor do mundo, e ele já teve até filme em sua homenagem. Tem um documentário ótimo chamado Midnight Movies que fala desses filmes toscos que passavam nas sessões de meia noite, das sessões duplas de SciFi e terror.
Perdemos isso de curtir filmes ruins? Aqui no 365 jamais!
Terminei Pet Graveyard pensando: "Eu gostei disso aqui". E para minha surpresa, quando subiram os crédito eu vi que ele foi dirigido por uma mulher, a Rebecca Matthews. Numa rápida pesquisa, vi que ela tem mais de 20 créditos como produtora. O roteiro é de Suzy Spade.
E sobre o filme? Um cara descobre na internet que quando você faz um ritual e depois passa por uma experiência de quase morte, você entra em contato com algum ente querido que faleceu. Só que não é simples assim, você não engana a Morte e ela vem atrás de você. E o cemitério de animais do nome? Então, não tem.
Basicamente, o cara e os amigos fazem o experimento num cemitério que tem um gato sphynx. E depois ele aparece para as pessoas. Parece uma bagunça, não é? Pois bem, é uma bagunça, mas daquelas divertidas. O filme é tão absurdo que eu me peguei de olhos vidrados.
Ver esse filme foi divertido porque eu vi que preciso relaxar. Claro que nesse dei a minha problematizada básica na exploração do corpo feminino, mas em apenas uma cena, e eu já devia estar acostumada, isso é basicamente um check list do terror. Lembro que no filme Always Shine há uma conversa entre duas amigas. Ambas são atrizes e estão falando de suas carreiras. Uma delas conseguiu um papel e a outra se mostra com inveja. Eis que ela fala "Mas é só um terror besta".
Parece que o terror é feito a toque de caixa, sempre sai um atrás do outro. Para os fãs do gênero isso é uma delícia, pois toda semana tem novidade. Óbvio que eu sempre espero por mais um A Bruxa, ou um Hereditário, um Raw, ou um Corra!, e raramente isso vai acontecer, mas eu vou me divertindo como posso com meu gênero preferido.
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