Às vezes encontramos algumas gratas surpresas pelo caminho nessa gigantesca jornada que é o universo do terror. Enquanto fazíamos o finado The Witching Hour, a Michelle me apresentou ao filme 12 Hour Shift, da Brea Grant, que foi uma pérola tão grandiosa e tão sensacional, que às vezes esse filme me vêm à cabeça em momentos aleatórios.
Essa semana passada isso aconteceu e eu pensei “meu deus como ainda não falamos dele no blog”. Então resolvi fazer isso.
Mandy (Angela Bettis) é uma enfermeira viciada em drogas. Além desse vício nada saudável, ela também trafica órgãos de pacientes mortos. Tudo bem até aqui, né? Em 1999, em um hospital comum no Arkansas, Mandy está pronta para começar seu turno de 12 horas. Neste dia, ela tem uma entrega especial para fazer: sua prima Regina (Chloe Farnworth), que é um bocado burra e de alguma forma convenceu Mandy a deixar que ela fizesse parte da jogada, está indo buscar um rim para o cara que elas levam os órgãos, Nicholas (Mick Foley).
Mas a Regina realmente é bem trelelé, e ela perde o rim ainda no hospital, e acaba levando um cooler com refrigerantes para Nicholas. O cara até dá uma segunda chance para Regina, mas avisa que se ela não resolver o problema, ele vai arrancar é o rim dela.
Então Regina pede para que Mandy a ajude, o que ela nega. Ela tem um turno de 12 horas pela frente, um monte de gente no hospital, tretas acontecendo a cada minuto — o condenado e altamente guardado Jefferson (David Arquette) chegou ao hospital ferido —, Mandy só quer chegar ao final do seu turno. Mas Regina ameaça colocar todo o esquema às luzes. Antes que Mandy aceite ajudá-la, Regina já assassinou alguns pacientes tentando recuperar um rim (e todos eles deram errado).
É um filme bobo, despretensioso, sangrento, violento, cheio de piadas e momentos absolutamente insanos. O filme é um achado, sem noção nenhuma, que não se leva a sério em momento algum, e mesmo assim é completamente tenso. Angela Bettis está excelente em seu retorno ao terror — apesar de ter feito alguns papéis em série, o último filme de terror de Bettis havia sido The Woman - Nem Todo Monstro Vive na Selva, adaptação de uma história de Jack Ketchum por Lucky McKee, que também dirigiu May, Obsessão Assassina. E, assim, o David Arquette está um espetáculo à parte (em vários sentidos que a palavra espetáculo possa ter).
Eu me tornei uma grande fã da Brea Grant. Além de diretora, ela também é escritora e atriz, e participa do podcast Reading Glasses, junto da Mallory O’Meara, autora de A Dama e a Criatura sobre a Milicent Patrick. Ou seja: só coisa boa junta.
Talvez 12 Hour Shift não mude sua vida da forma como mudou a minha — e ele mudou, ah! como mudou, eu nunca mais assisti a um filme da mesma forma depois dele —, mas é uma diversão excelente. Assisti recentemente também o novo da Brea, Torn Hearts, e apesar de não ser tão bom quanto 12 Hour Shift ainda é um filme bem legal. Então, Brea Grant é um nome a se ficar de olho.




Comentários
Postar um comentário