#322 Sol (2017)

 


Texto escrito por Renato Galavoti Filho


A princípio, o título do curta Sol (2017), me instigou, o que o diretor Carlos G. Gananian nos queria dizer? Trata-se de uma estrela do sistema solar, luz, energia ou trata-se de solicitude... solidão? A escolha por um casal de idosos traz a ideia de que o demônio a ser exorcizado é de fato a solidão. 

A primeira cena mostra o hall de uma casa vazia, com cores sólidas e escuras, um tanto quanto sombrias, e ao mesmo tempo ouvimos gritos e resmungos, o que nos faz questionar: o que está acontecendo ali? A casa é mal assombrada? Não, estamos lidando com um ritual de exorcismo. 

Solange Martino, uma senhora religiosa e que gosta de passar seu tempo fazendo crochê, está aflita e reza enquanto espera que dois padres salvem seu marido. Durante a narrativa percebemos a caracterização da fé de Solange, através de sua residência decorada com quadros e imagens de santos católicos. 



Durante uma pausa do rito, um médico o avalia e o diagnóstico não é positivo. O médico deposita a esperança nos padres, o que traz uma quebra de paradigma, pois a ciência talvez não tenha a cura para tudo. 

Voltamos ao ritual recheado de simbolismos que estamos acostumados a ver em filmes de exorcismo: água benta, bíblia, crucifixo e a reza, desta vez em português e não em latim. Solange está em sua cama e recebe um contato de seu "marido" pedindo que ela o salvasse retirando-o do rito. O crucifixo do quarto de repente é invertido, o mal também está ali. Solange então é possuída e mata os padres com sua agulha de crochê. 

Destaco a atuação de Solange Martino (Thaia Perez) e Aristides Martino (Ivan Gianquinto) que brilhantemente interpretam o casal possuído. Se você gosta de demônios e possessões é uma excelente oportunidade prestigiar o curta Sol.

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